O senador Delcídio do Amaral (PT/MS) afirmou hoje, em entrevista ao programa Capital News, da Rádio FM Capital, em Campo Grande, que é muito cedo para se discutir a sucessão estadual. "É preciso ter cautela e aguardar o segundo turno das eleições nas capitais, que vão provocar reflexos no Congresso Nacional. O próprio governo vai projetar, para 2005, um cenário que reflita o resultado das urnas em 31 de outubro", disse ele, citando o caso do PMDB que tem sido parceiro do Governo Lula nas votações na Câmara e no Senado e, segundo ele, se as coisas continuarem dessa maneira, "será o principal aliado do PT em 2006".

"Mas não podemos esquecer que há uma polarização muito forte entre o PT e o PMDB em Mato Grosso do Sul", advertiu o senador, observando que outros fatores vão influenciar nas definições sobre 2006. "Temos que aguardar a reforma política prevista para o ano que vem, que vai discutir temas como a fidelidade partidária, financiamento público de campanha e a verticalização, que refletirão nos entendimentos entre os partidos em todo o Brasil". O parlamentar sul-mato-grossense declarou que qualquer suposta definição sobre candidatura agora não passa de mera conjectura.

Para o senador, a condução desse processo no Estado passa pelo governador Zeca do PT que está trabalhando "firmemente" para consolidar parcerias com os partidos aliados visando a construção dos dois próximos anos de governo. "O processo eleitoral de 2006 e a sucessão têm que ser debatidos no momento certo que, com certeza, não é esse. Política é a arte da humildade, de não se ter presunção, de saber a hora de entrar e a hora de sair. A população está cada vez mais rigorosa ao analisar como suas lideranças administram a coisa pública e fazem política", lembrou Delcídio.