A Comissão de Agricultura e Reforma Agrária, presidida pelo senador Sérgio Guerra (PSDB-PE), discutiu hoje a questão da sanidade animal e a crise que envolve pecuaristas e frigoríficos, cujos pontos deverão ser esclarecidos em audiência pública.

O Ministério da Agricultura, que previa recursos da ordem de até R$ 160 milhões para a sanidade animal, agora só conta com R$ 37 milhões. O líder do PT no Senado, Delcídio Amaral, considerou essa redução orçamentária preocupante, principalmente para os estados que vivem em região de fronteira e que têm sido foco de problemas associados à aftosa.

“Nós não podemos nos expor ao mercado internacional, altamente competitivo, com todo o potencial que o Brasil detém especialmente na comercialização de carnes”, alertou.

Destacando a sanidade animal como um dos grandes desafios do governo, o líder lembrou que hoje, o Brasil não consegue mais exportar sua carne sem enfrentar grandes barreiras comerciais, principalmente nos países da Europa e da Ásia, que impõe barreiras voltadas para a defesa animal e não mais somente de caráter tarifário.

Delcídio Amaral atentou os parlamentares para a gravidade dessa situação, que tem mobilizado a classe produtora de todo o país. Em Mato Grosso do Sul, citou o esforço que o governador Zeca vem fazendo para retomar o orçamento estimado anteriormente.

Por sugestão do líder petista, o presidente da comissão, senador Sérgio Guerra, vai convidar o ministro Antônio Palocci, para participar de audiência pública e discutir o orçamento para a agricultura do Brasil com a bancada de senadores, nos próximos dias.

Já o chamado “monopólio dos frigoríficos” é a pauta do encontro a ser mantido hoje, às 15h, por Sérgio Guerra, com deputados estaduais de Mato Grosso do Sul, dando continuidade aos debates anteriores promovidos pelo deputado estadual Paulo Corrêa.

Delcídio esclareceu que, assim que a Comissão de Agricultura e Reforma Agrária receber essa preocupação de todos os componentes dessa comissão, será realizado um grande debate para que o Senado encaminhe propostas ao Executivo, “no sentido de preservar a agricultura brasileira que, hoje, é a nossa maior fonte de renda, tendo o Brasil uma vocação extraordinária para o agronegócio”.
“Os criadores de gado estão preocupados e nós precisamos desvendar, definitivamente, essa questão do monopólio dos frigoríficos”, destacou.