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Decepção marca militância petista em Campo Grande
Diante das graves denúncias de corrupção, ao menos um segmento se mostra mais preocupado com o desdobramento do fato. A militância petista, que sempre teve a sua atuação reconhecida como a mais forte do Brasil, se vê constrangida em meio aos sucessivos escândalos do governo.
Me filiei ao partido em 1988. Vesti a camisa, participei do movimento estudantil e do movimento sindical, relembra a jornalista Nancy Angélica de Oliveira. Ela conta que após o sonho realizado de ver um partido fundado e dirigido por trabalhadores, logo percebeu que, infelizmente, os ideais da teoria não seriam aplicados à prática.
Quando a Heloísa Helena foi expulsa ficou latente que o governo estava em descompasso com seus valores, aponta.
Decepcionada, Nancy se desfiliou, e há um ano está no PSOL, criado pela senadora Heloísa Helena e um grupo de petistas dissidentes.
O descontentamento também marca o relato da assistente social Bárbara Nicodemos, filiada ao PT desde 1981. Ao ingressar no poder o PT fez alianças com partidos com interesses divergentes, pondera. Com isso se distanciou dos movimentos sociais, que sempre foram a base de sua atuação, acrescenta.
Contudo ela acredita que o PT vai sair superar a crise. Ainda confio no PT como um todo, e vou continuar a vestir a camisa
Neste sábado, entidades da coordenação dos movimentos sociais estão promovendo uma plenária com a participação aproximada de 200 de militantes das causas sociais. O principal debate foi sobre a conjuntura política do país, em especial, a questão da corrupção. O evento contou com a presença do deputado estadual Pedro Kemp e do vice-governador Egon Krakhecke, da ala esquerda do PT.