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Danilo Balu - Tronco e Perna

Por Danilo Balu*

Blog Recorrido - 17 de agosto de 2020 - 11:00

Danilo Balu - Tronco e Perna

Vejam essa foto… é Paris em 1922, final dos 1.000m no que seria uma espécie de Jogos Olímpicos femininos (uma ideia muito defendida nessa época era que os Jogos Olímpicos fossem apenas masculinos).

É sempre complicado tirarmos conclusões de fotos já que a corrida deveria ser vista como um filme. Repare nas 3 atletas no primeiro plano. Queria eu que todos os atletas que oriento tivessem essa extensão de quadril e essa extensão plantar… “empurrando” o passo até o limite, até a ponta dos pés.

Na pista peço sempre aos meus corredores correrem “em pé, grandão”, tronco reto! Sempre que o atleta está em posição de aceleração, mais de força, ganhando velocidade, é comum o tronco ficar mais abaixado, mas isso NÃO é o natural. Tem mais!

Podemos dividir os velocistas em puxadores e empurradores. Sei que a maioria que lê aqui corre longas distâncias, mas isso nos mostra e nos lembra de como há ambas as fases durante a corrida. Na ânsia por correr rápido os iniciantes E os mais lentos gostam de ser puxadores e não empurradores (*em inglês o nome é invertido).

Na precipitação para puxar o espaço que vai à nossa frente pode haver erros graves. Um deles é o tronco abaixar e ao abaixar uma compensação natural e inevitável é a perna de trás sem apoio ficar demasiado para trás. Mas ficamos sem força na de apoio e deixamos que a de trás tenha todo um tempo maior de voltar para completar o passo. O problema de puxar mais que empurrar não é só perder a fase mais importante da passada (como as 3 em primeiro plano fazem tão bem), mas ficar em uma posição ruim (tronco abaixado jogando a perna suspensa lá pra trás).

Um dado a que poucos prestam atenção é o ângulo formado entre nossas duas pernas quando uma toca o solo. É um do marcadores mais subutilizados pelos treinadores. Esse ângulo deve ser pequeno e muitas vezes tem a ver com a posição do tronco. Um ângulo muito grande quando toca o solo? Sinal de problemas. Mas não olhe isoladamente a perna suspensa! É provável que haja relação com o tronco.

*Danilo Balu é Bacharel em Esporte pela Universidade de São Paulo (EEFE-USP), fez Nutrição na mesma instituição (FSP-USP), além de Engenharia Civil (POLI) e Ciências Atuariais (FEA-USP). Corre desde 1990. É treinador de corrida em São Paulo. O conteúdo é de responsabilidade do articulista. Instagram: @danilobalu E-mail: [email protected] Podcast: 3ladosdacorrida

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