A tese comum em todos os manuais de economia e nas palestras sobre empreendedorismo, defende que ‘é nas crises que surgem grandes oportunidades’. Sem a pretensão de se aprofundar no ‘economês’, diria que esses exemplos de sucesso ganham destaque pelo exagero como são tratados pela mídia.
Mas, saindo da economia e adentrando o campo da política, observa-se: é justamente nos períodos de instabilidade e de transição no poder, é que se abrem muitas portas para profissionais liberais, empresários e políticos por profissão. Quem está saindo do poder deixa espaços diversos a ser preenchidos pelos novos donos da caneta.

A leitura do que está estampado na mídia sobre os novos rumos da administração municipal de Campo Grande leva-nos a conclusão de que ‘um novo mundo destas oportunidades’ está se abrindo. Evidente que se repetirá aqui o inarredável conceito de que ‘é dando que se recebe’ para que o novo prefeito possa concretizar – pelo menos parcialmente – seu projeto administrativo e político.

O sedento PT – e não se podia esperar outra postura – já se adiantou em propor a permuta de apoio político por cargos importantes na administração. Como se vê, os petistas estão vendo neste imbróglio a boa oportunidade de conseguir empregos com remuneração nada desprezível. E convenhamos, não anda fácil um bom emprego na iniciativa privada nestes dias de crise. Aliás, os petistas tem ojeriza do trabalho que não tenha a qualificação de público.

Mas a missa é mais longa. Além de petistas, gente de outros partidos – nanicos ou não – já se encostaram no balcão de oportunidades do Paço Municipal. Também pequenos e grandes empresários - sob argumentos diversos – já reivindicam fatias deste delicioso bolo, tão disputado.

Mas não custa lembrar: essa missa está apenas no começo. É bom o leitor se preparar para surpresas interessantes no decorrer dos próximos dias. Ódio e ressentimentos serão esquecidos, dando lugar a parcerias notáveis sob novo tempero ou manto.

Não custa esquecer os escândalos que insistem em nos surpreender na ‘Lava Jato’, onde gente graduada, deixou de lado o ranço e o radicalismo partidário para aproveitar a oportunidade de levar vantagem. Aqui não será diferente.

No lugar de procurar o SEBRAE para garimpar uma atividade viável, o pessoal prefere o velho poder público; ‘generoso em oportunidades.’ Sempre foi, sempre será!
De leve...