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CPMI da Compra de Votos vai rastrear depósitos

Laycer Tomaz - Agência Câmara - 12 de agosto de 2005 - 06:50

Marcos Valério nega que tenha depositado o pagamento de Duda Mendonça em conta bancária no exterior.
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Compra de Votos aprovou, nesta quinta-feira, a contratação de uma empresa de consultoria para rastrear depósitos internacionais relacionados à campanha do PT em 2002.
A sugestão do deputado Antonio Carlos Mendes Thame (PSDB-SP) foi aceita depois que o publicitário Duda Mendonça disse, na CPMI dos Correios, que o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza teria sugerido a ele a abertura de conta bancária no exterior para "facilitar" o recebimento de aproximadamente R$ 10 milhões. Esse valor, explicou Duda Mendonça, foi depositado pelo seu trabalho na campanha do PT em 2002. O publicitário disse ainda que o pagamento foi feito em conta aberta no paraíso fiscal das Bahamas, de forma fracionada, por meio de recursos de vários bancos internacionais.

Valério nega versão
Já o empresário Marcos Valério, acusado de ser operador do suposto esquema conhecido como “mensalão”, disse nesta quinta-feira na CPI Mista da Compra de Votos que pagou R$ 15,5 milhões a Duda Mendonça a pedido do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares. O empresário garantiu aos parlamentares que o dinheiro foi repassado em 22 cheques, e não por meio de depósitos em conta no exterior.
Marcos Valério compareceu à CPMI da Compra de Votos apenas para entregar documentos sobre sua movimentação financeira, mas, diante das declarações de Duda Mendonça na outra CPMI, decidiu ficar para dar a sua versão dos fatos.
Valério também negou que tenha orientado o publicitário a abrir uma conta em um paraíso fiscal nas Bahamas. "A partir do ponto que ele fala que eu o obriguei a abrir uma conta, isso não é verdade”, disse.
O empresário assegurou ainda que quem mandou o dinheiro para o exterior foi um consultor financeiro indicado por Zilmar Fernandes, sócia do publicitário Duda Mendonça.

Acareação
O depoimento de Marcos Valério, porém, não convenceu todos os integrantes da CPI da Compra de Votos. O senador Sibá Machado (PT-AC) apresentou à comissão um pedido formal de acareação entre o empresário Marcos Valério de Souza e o publicitário Duda Mendonça, pois acredita que os dois mentem em seus depoimentos.
O deputado Raul Jungmann (PPS-PE) também aposta em uma acareação. "Marcos Valério está manipulando a comissão", disse Jungmann. "Ele está omitindo fatos e muda a versão a cada depoimento. A minha conclusão é que Valério cumpre uma estratégia de revelar crimes menores para ocultar crimes maiores."

Marcos Valério, que depõe nesta sexta-feira na Polícia Federal, volta na segunda-feira (15) à CPMI da Compra de Votos para entregar os documentos relativos às empresas DNA e Grafite.


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