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CPI dos Bingos quebra sigilo de 6 pessoas e 3 empresas

Iolando Lourenço, Gabriela Guerreiro e Michèlle Canes/ABr - 20 de julho de 2005 - 08:44

A Comissão Parlamentar de Inquério (CPI) dos Bingos quebrou os sigilos bancário, fiscal e telefônico de seis pessoas e três empresas. Além do empresário de jogos Carlinhos Cachoeira, acusado de promover lavagem de dinheiro e sonegação fiscal em bingos, também tiveram os sigilos quebrados o ex-secretário municipal de Ribeirão Preto Rogério Buratti, que trabalhava no município na gestão do atual ministro da Fazenda, Antonio Palocci.

A CPI também quebrou os sigilos da esposa de Buratti, Elsa Buratti, e de três diretores da empresa Gtech - responsável por operar o sistema de loterias da Caixa Econômica Federal, investigada por supostamente ter sido favorecida por Waldomiro Diniz, ex-assessor da Casa Civil. A CPI quebrou os sigilos do presidente da Gtech, Antonio Carlos da Rocha, do ex-diretor da empresa Marcelo Rovai, e advogado da Gtech, Enrico Gianelli. As empresas W. Way Informática e BBS Consultores também tiveram seus sigilos quebrados pela CPI.

Em depoimento à CPI dos Bingos nesta terça-feira, José Vicente Brizola, ex-diretor das loterias do Rio Grande do Sul, confirmou que houve arrecadação de recursos provenientes de concessionários públicos para a campanha de candidatos petistas às eleições de 2002. Brizola afirmou à CPI que a própria sede do PT gaúcho teria sido comprada com recursos arrecadados de um "caixa dois". O ex-diretor também disse que houve arrecadação irregular de recursos para a campanha da ex-senadora Emília Fernandes (PT-RS). "Eu fui intermediário dos encontros, mas o filho dela (Carlos Fernandes) é que fazia o acerto financeiro", afirmou.

José Vicente disse que manteve apenas dois encontros com o ex-assessor da Casa Civil Waldomiro Diniz. Por várias vezes, ele afirmou à CPI que Waldomiro foi "usado" e que agia a mando do deputado José Dirceu (PT-SP) - e teria sido por este fato que Brizola teria mando um e-mail em solidariedade a Waldomiro Diniz. "Ele operava a mando de alguém, alguém da Casa Civil, o atual deputado José Dirceu", disse. O ex-diretor afirmou, no entanto, não ter provas contra o ex-ministro José Dirceu - apenas contra Emilia Fernandes, uma vez que afirmou ter acertado os encontros com os dirigentes das concessionárias de serviços públicos. Brizola disse que, apesar de presidir a loteria, não tinha autonomia sobre as decisões tomadas. "Eu presidia, mas não decidia nada. Meu superior era o secretário de Fazenda do governo do Rio Grande do Sul", afirmou.

Brizola disse que quando ainda era diretor da loteria do Rio Grande do Sul, revogou uma licitação para a tercerização da lotérica de seu estado. Segundo ele, a empresa de Carlos Cachoeira ganhou a licitação e entrou na Justiça quando a operação foi cancelada. "Todo esse processo licitatória foi muito estranho. Primeiro pedem para revogar o edital e depois quando a ação foi ganha na Justiça (por Cachoeira) o estado não recorreu porque tinha feito um acordo com Cachoeira. Ele não acionava o estado e este não recorria", disse.

O senador Tião Viana (PT-AC), vice-líder no PT no Senado, disse que o depoimento de José Vicente nada tem a acrescentar aos trabalhos da CPI já que o depoente afirma não ter provas. Já para o senador Romeu Tuma (PFL-SP), as informações são importantes e mesmo que não haja provas, o simples fato da CPI tomar conhecimento das denúncias já ajudará nas investigações pela Comissão.

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