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Coordenador da Funai explica retenção de alimentos

Gláucia Jandre - 10 de maio de 2005 - 05:49

O chefe do núcleo de apoio local da Funai (Fundação Nacional do Índio) em Dourados, Israel Bernardo da Silva, prestou depoimento no gabinete do presidente da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito), deputado estadual Maurício Picarelli (PTB), nesta segunda-feira (9). Mesmo sendo dispensado pela presidência, devido à presença da equipe interministerial de Brasília, que está presente no município de Dourados, Israel compareceu à Assembléia para prestar esclarecimentos junto ao deputado Picarelli.

Israel disse que na terceira etapa de entrega de alimentos feita pelo Programa Fome Zero, destinados ao atendimento emergencial das famílias indígenas de Dourados, estes não foram entregues devido a problemas no recebimento das 1,2 mil cestas. “Quando os alimentos chegaram à Funai, eu não estava em Dourados e as quatro instituições encarregadas de fazer o recebimento, pesagem, verificar qualidade dos produtos e automaticamente fazer a confecção das cestas, se recusaram a receber a entrega”, declarou Israel.

As 27,6 toneladas de alimentos que vieram em nome da Funai nesta terceira etapa, foram recebidas por um comitê integrado por representantes da Funasa, Funai, Prefeitura de Dourados, além de representantes do Programa Segurança Alimentar. Segundo ele, os alimentos que chegaram na manhã do dia 15 de abril, foram recebidos por uma funcionária da Funai devido ao fato de as carretas com alimentos estarem paradas sem local para descarregarem. “Nenhuma instituição quis receber e nós não temos espaço de armazenamento, mas eu pedi que fosse providenciada uma sala na Funai para o recebimento”.

Ele disse que o descarregamento foi feito por três funcionárias e mais dois indígenas que estavam no local até às 21h daquele dia. No seu depoimento, ele declarou que existe um cronograma para a distribuição das cestas e um comitê para fazer o recebimento e a confecção. “A Funai não pode agir sozinha, eu não posso entrar no depósito da Funai e confeccionar cestas sem a presença de representantes da Funasa, Segurança Alimentar e prefeitura”. Bernardo ainda explicou ao presidente que logo que chegou de viagem pediu que as embalagens para o empacotamento das cestas fossem providenciadas.

Israel informou que a distribuição das cestas é realizada pela Funasa e agentes de saúde. “Na nota de recebimento dos materiais existe uma cláusula do comprometimento na distribuição, mas se eu tivesse recebido, não teria assinado esta nota e o caminhão permaneceria carregado até que todo comitê estivesse presente”.

Picarelli pediu ao Coordenador de Comissões da Assembléia, Félix Portela, que o depoimento de Israel fosse anexado a ata da CPI. Ele espera que a comissão interministerial cumpra com o que foi determinado pelo presidente Lula e que a partir de então as autoridades tomem providencias em relação a tão solicitada demarcações de terras indígenas. O presidente da CPI, deputado Picarelli, ainda informou que na próxima quinta-feira (12), a partir das 15h, a Comissão vai ouvir o diretor-presidente do Idaterra (Instituto de Desenvolvimento Agrário, Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural), Humberto de Melo Pereira.



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