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Geral

Conversão de carros para GNV cai em 80%

Aline Rocha/Campo Grande News - 07 de junho de 2005 - 10:05


A incerteza causada pela crise política na Bolívia e a Lei dos Hidrocarbonetos, que cria um imposto de 32% sobre as empresas multinacionais de exploração de petróleo e gás natural, já provocou uma queda de até 80% nas conversões de veículos para gás natural nos últimos dias.

De acordo com a diretora do núcleo de assuntos GNV (Gás Natural Veicular), que funciona dentro da Assorauto (Associação das Oficinas Reparadoras de Veículos Automotores de Mato Grosso do Sul), Luiza Bortone, a queda pelos serviços nas 17 empresas convertedoras deve-se, principalmente, às especulações a respeito do assunto. "Há deduções que o aumento seria de 50%, contabilizando os 32% da lei e mais 16% de royalties. Isso não procede e não seria repassado para os consumidores", explica.

Luiza critica que as especulações é que criam medo nos consumidores de converter os veículos. "Poderá ocorrer aumento, mas não será de 50% e sim, no máximo de 10%", argumenta.
As 17 empresas que convertem veículos para gás natural já investiram R$ 2 milhões em equipamentos e com a crise, pelo menos 35% dos empregados já foram demitidos.

De acordo com o presidente da Msgás, Maurício Arruda, o medo dos consumidores diante do atual quadro é normal, já que o investimento é alto, cerca de R$ 3 mil por veículo. "Isso será passageiro, a medida que as pessoas observarem que continuamos trabalhando dentro da normalidade", diz.

Arruda afirma que ainda não houve manifestação oficial da Petrobras a respeito de aumento sobre o gás e nem sobre possível desabastecimento de gás no Brasil. O posicionamento tem sido de que a Lei não vai incidir sobre o contrato vigente, e segundo Arruda, não vai chegar às bombas com altos índices.

O presidente da Msgás informou também que as atividades da empresa, incluindo da amplicação de ramais dentro da Capital, continuam no mesmo cronograma. Segundo ele, pelo menos três novos postos estão sendo preparados para fornecer gás; um na Manoel da Costa Lima, um na Costa e Silva e o terceiro na Rui Barbosa.

"O problema existe e é real, mas não podemos parar nossas atividades. Temos que procurar administrar a medida que os fatos forem acontecendo, os risco pode até ser dos clientes que investiram e ainda não amortizaram esse investimento", diz. O interesse da Msgás, bem como da Petrobras, segundo Arruda, é de conseguir a longo prazo a independência do gás boliviano.

Mato Grosso do Sul utiliza hoje cerca de 1 milhão de metros cúbicos diários de gás boliviano de todos os segmentos. "A crise vai acabar e vamos nos concentrar em seguida nos reflexos que pode atingir os índices do preço do gás", revela.

A respeito da renúncia de ontem do presidente da Bolívia, Carlos Mesa, Arruda afirmou que ainda é cedo para fazer avaliações sobre o que pode acontecer no país vizinho e com o gás. "A Bolívia tem honrado os contratos, quando o presidente anterior [Gonzalo Sánchez de Lozada] caiu o fornecimento foi normal, esperamos que isso se repita", avalia.

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