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Conselho ouve amanhã ex-secretária sobre 'mensalão'

Agência Câmara - 27 de junho de 2005 - 14:36

O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar ouvirá amanhã, às 14h30, no plenário 7, o depoimento de Fernanda Karina Somaggio, ex-secretária do publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza. Ele foi acusado pelo deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) de ser o mensageiro do "mensalão" supostamente pago a deputados do PL e do PP em troca de apoio parlamentar ao governo. Fernanda Somaggio declarou que o publicitário empacotava malas de dinheiro para o PT.
Na quarta-feira, às 14h30, no plenário 1, será a vez do deputado Pedro Henry (PP-MT). Na quinta-feira, dois deputados serão ouvidos: às 10 horas, o conselho recebe o líder do PTB na Câmara, deputado José Múcio Monteiro (PE); e, às 14h30, o líder do PP, deputado José Janene (PR). Os plenários ainda não foram definidos. Os deputados são acusados por Roberto Jefferson de cumplicidade no esquema do "mensalão".
O conselho também aguarda uma resposta do deputado José Dirceu (PT-SP) ao convite para prestar depoimento. Segundo Roberto Jefferson, Dirceu teria sido alertado por ele sobre o pagamento a parlamentares aliados do governo. O ex-ministro-chefe da Casa Civil ainda não confirmou uma data para falar sobre o assunto.

Quem já foi ouvido
No processo por quebra de decoro parlamentar contra Roberto Jefferson, aberto a pedido do PL, o Conselho de Ética ouviu nas duas últimas semanas quatro pessoas citadas pelo deputado do PTB, além dele próprio. O deputado Miro Teixeira (PT-RJ) confirmou a versão de Jefferson de que os dois conversaram sobre o suposto pagamento de mesadas a parlamentares. Já o deputado Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO) relatou conversa em que a deputada licenciada Raquel Teixeira (PSDB-GO) revelou ter recebido proposta em dinheiro do líder do PL, Sandro Mabel, para trocar de partido. No dia seguinte, a própria Raquel confirmou o fato ao conselho. Sandro Mabel, contudo, negou essa versão e disse que a proposta para que a deputada trocasse de partido não incluiu oferta financeira.
O presidente do conselho, deputado Ricardo Izar (PTB-SP), não descarta a possibilidade de realizar acareações entre as testemunhas.

Opiniões divergem
Para a deputada Angela Guadagnin (PT-SP), integrante do conselho, os depoimentos tomados até agora não confirmam as denúncias de Roberto Jefferson. "Nenhum dos deputados que prestaram depoimento confirmou a existência do 'mensalão'. Todos disseram que apenas ouviram falar do assunto", disse.
Já o deputado Moroni Torgan (PFL-CE), que também participa do conselho, afirma que as testemunhas foram convincentes, mas deixaram pontos a serem esclarecidos. "Todos deixaram algum tipo de lacuna a ser respondida, como o motivo pelo qual não depuseram antes", afirmou. "Esses fatos devem ser explicados antes que possamos formar uma convicção."
Para Torgan, as provas testemunhais não serão suficientes para concluir se Roberto Jefferson falou ou não a verdade. Ele espera que as comissões parlamentares de inquérito que investigam as denúncias ajudem o Conselho de Ética. "Esperamos que as CPIs nos ajudem na colheita de provas documentais, já que o conselho não tem o poder de quebrar sigilos. Essas provas é que darão aos deputados uma visão mais segura de onde está a verdade."

Reportagem - Marise Lugullo
Edição - Marcos Rossi

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