A confiança do consumidor voltou a cair em junho, segundo revelou a 19ª Sondagem de Expectativas do Consumidor, do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getúlio Vargas (FGV), divulgada hoje.

Em comparação com o mês anterior, somente um dos cinco quesitos pesquisados não piorou e ficou igual ao resultado de maio: a situação econômica da família (11,7%). Para a FGV, a tendência negativa apresentada nos quesitos reflete, em parte, os efeitos do momento político na sensação do consumidor.

No ano passado aconteceu fato semelhante, mas o crescimento da economia no segundo semestre provocou a recuperação na confiança do consumidor, fazendo com que em janeiro de 2005 se registrasse o melhor resultado histórico da pesquisa.

O índice de consumidores que acham a situação econômica atual melhor do que a de seis meses atrás registrou pequena queda, passando de 12,9% para 12,8%. Para quem considera a situação pior, houve elevação no percentual, que passou de 28,2% para 35,6%, a maior desde janeiro de 2003.

Os consumidores consultados demonstraram expectativas menos favoráveis para o futuro. Dos quatro itens pesquisados houve melhora apenas no indicador de mercado de trabalho, que vinha em queda nos últimos quatro meses. Embora 55,7% dos consumidores pesquisados achem que vai ser mais difícil conseguir emprego no próximo semestre (em maio eram 55,2%), os que acreditam em maior facilidade passaram de 6,3% para 10,2%

As expectativas são mais pessimistas em relação ao país do que às famílias. O número de consumidores que acreditam na melhora da situação econômica do país nos próximos seis meses caiu de 36,4% para 32,9%, sendo a menor da série histórica da sondagem. No entanto, os entrevistados acreditam que a média de inflação para 2005 será de 8,7%, enquanto em maio achavam que seria de 9,0%.