Hipoglicemia, pneumonia congênita e hipertensão pulmonar: segundo artigo sobre estudo realizado pelo Instituto de Ensino e Pesquisa Albert Einstein, a simples medição do comprimento e do peso de recém-nascidos, independentemente da idade gestacional, poderia ajudar na identificação dessas e de outras doenças. Esta técnica substitui a análise do crescimento do recém nascido ao longo da gestação, que necessita do período exato de gravidez, que nem sempre é facilmente obtida.

A pesquisa, cujo artigo foi publicado na revista São Paulo Medical Journal (vol.121 n. 4), estudou 8.397 bebês nascidos vivos na maternidade do Hospital Israelita Albert Einstein, no período compreendido entre fevereiro de 1995 e janeiro de 1998. Desse total, 4.634 bebês foram analisados e os parâmetros obtidos foram aplicados aos sucessivos 3.763 seguintes. Os recém-nascidos foram classificados em pequenos, adequados ou grandes, conforme estivessem abaixo, entre ou acima dos padrões adotados.

A partir dos dados obtidos, foram pesquisadas associações dessas variáveis com algumas afecções neonatais. Pôde-se observar assim que determinados valores estavam mais associados à doenças como: asfixia, icterícia (pele amarela por excesso de bilirrubina), hipoglicemia (glicose baixa no sangue), hipomagnesemia (magnésio também baixo no sangue), pneumonia congênita, hipertensão pulmonar e septicemia (infecção generalizada). “O índice ainda se relacionou à síndrome do desconforto respiratório, taquipnéia transitória e persistência do canal arterial”, diz o artigo.

A principal vantagem dessa técnica, segundo o estudo, é sua simplicidade: “as medidas de peso e comprimento ao nascer são facilmente obtidas e podem discriminar recém-nascidos de risco para algumas das principais morbidades neonatais”.

Agência Notisa (jornalismo científico - scientific journalism)