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Geral

Como o ciclo menstrual afeta o rendimento?

Educação Física - 22 de julho de 2016 - 11:00

Cada mulher tem um ciclo menstrual diferente. Existem aquelas que têm mais TPM, as que sofrem mais com as cólicas, aquelas que possuem um ciclo completamente desregulado e também as sortudas, que sentem pouco os efeitos das mudanças hormonais. Apesar das diferenças, existe um desconforto em comum entre a maioria das mulheres que pratica atividade física: a queda de rendimento em algumas fases do ciclo.

Ao longo do mês, ocorrem alterações nos níveis de progesterona e estrogêneo no organismo feminino, causando mudanças fisiológicas que afetam tanto para o bem quanto para o mal a performance da atleta. Por isso, é fundamental que a mulher entenda como funciona o seu ciclo para conseguir fazer um melhor planejamento dos treinos e, dessa forma, tirar proveito ou driblar os efeitos negativos de cada um dos períodos.

FASES DO CICLO

O ciclo menstrual tem duração de aproximadamente 28 dias, podendo variar de 21 a 35 dias, e é dividido em três fases:

- Folicular: também chamada de fase estrogênica ou proliferativa. Ela ocorre antes da ovulação, tem duração de 1 a 14 dias e pode ser dividida nos períodos menstrual e pós-menstrual.

Durante a menstruação, que dura em média cinco dias, o organismo começa a produzir o estrogênio, hormônio responsável pelo controle da ovulação e preparo do útero para a reprodução, e também por regular o comportamento feminino. Nesta fase, o desempenho no asfalto costuma ser fraco, principalmente para aquelas que sofrem com um fluxo menstrual intenso e fortes cólicas. A dica é apostar em treinos de leve a média intensidade, dependendo da disposição da atleta.

Os dias restantes são marcados pelo período pós-menstrual, caracterizado por um aumento da produção de estrógeno e da liberação da noradrenalina. É neste momento que as atletas costumam ter seu melhor desempenho, pois é quando percebe-se uma melhora da resistência aeróbica e também da força.

- Ovulatória: costuma ocorrer de 11 a 16 dias antes da menstruação seguinte e, como o nome já indica, é quando acontece a ovulação, ou seja, quando a mulher está no período fértil. Há uma acentuada queda do estrogêneo e um aumento da progesterona, ocasionando uma inversão das concentrações dos hormônios. O desempenho sofre uma ligeira queda, mas mantém-se a um nível bom.

- Lútea: chamada também de secretora ou progestacional, ocorre por volta do 14º ao 28º dia, terminando com o início da menstruação. A produção de estrogêneo volta a subir no 16º dia, mas sem chegar ao mesmo nível da fase pós-menstrual. É nesta fase que se tem a maior concentração de progesterona, um dos principais hormônios da gestação, responsável por sustentar o endométrio até o final da gravidez.

Se o óvulo não for fecundado, ocorre uma queda das concentrações dos hormônios, dando início ao período pré-menstrual. É nesta fase que se tem o pior desempenho, pois aumenta-se a fadiga e surgem os temidos sintomas da TPM, como irritabilidade, dor de cabeça, retenção de líquidos, dores nos seios, entre outros. Apesar de ser um momento não muito favorável, é importante que a atleta mantenha a rotina de treinos, já que a prática de exercícios aumenta o nível de noradrenalina, serotonina e dopamina, responsáveis por dar mais disposição e causar sensações de prazer e bem-estar.

Na imagem abaixo é possível ver essas alterações dos hormônios nas diferentes fases do ciclo menstrual, assim como o desempenho em cada uma delas.

Esporte x gravidez

Desde que feita com a liberação do médico e sob acompanhamento, a atividade física durante a gestação pode trazer diversos benefícios para a saúde da mãe e do bebê. Muitas mulheres relatam, inclusive, que tiveram o melhor desempenho da vida delas como corredoras no início da gravidez. Isso ocorre por causa do aumento da Gonadotrofina Coriônica, um hormônio anabólico que aumenta o metabolismo.

(Fonte: Maita Poli de Araújo, Professora da Faculdade de Medicina da Universidade Anhembi Morumbi, Diretora da Sociedade Paulista de Medicina Desportiva, Chefe do Setor de Ginecologia do Esporte da UNIFESP e Médica do Check Up Fleury)

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