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Geral

Começa hoje Encontro Nacional de Software Livre

Alessandra Bastos/ABr - 23 de agosto de 2004 - 08:49

Nesta segunda-feira (23), começa o I Encontro Nacional de Software Livre para Municípios, que será realizado em Rio das Ostras (RJ). A iniciativa do evento foi dos próprios municípios e o objetivo é mostrar os resultados que podem ser alcançados com a utilização dos SL e a inclusão digital.

No Brasil, 170 mil escolas públicas têm computadores. Dessas, 20 mil têm salas de informática, sendo apenas 9 mil com acesso a internet. Segundo o presidente do Instituto de Tecnologia da Informação (ITI), Sergio Amadeu, são gastos anualmente pelo menos US$ 120 dólares com cada um desses computadores com o pagamento de licenças. Segundo ele, se o Brasil implantar 20 novos computadores em cem mil escolas nos próximos anos, estará economizando US$ 240 milhões por ano.

No ministério das Cidades, 20% dos computadores já estão operando com SL e a expectativa é de que, no início do ano que vem, todos as máquinas do ministério já estejam com os novos programas. Para Sergio Amadeu, a maior dificuldade na implementação “é cultural, de quem já usa os proprietários, a gente prefere viver do passado”, reclama.

O coordenador de informática do ministério, Gustavo Noronha, afirma que a dificuldade está na “adaptação do usuário", já que "o programa não é difícil”. Ele explica que, cada vez que uma máquina “migra” para o novo sistema, um técnico fica, por algum tempo, acompanhando e explicando ao funcionário. “Se um ícone muda de lugar, ele já não consegue achar”, conta.

Os problemas, entretanto, não vêm apenas da parte dos usuários, mas dos criadores e dos programadores também. “Nos últimos 15 anos, tudo foi feito voltado para o Windows, o que dificulta instalar um jogo, por exemplo”, afirma Ronaldo Adriano Ramon, dono da empresa Insidesign, que trabalha com manutenção e instalação de redes em Ribeirão Preto. Ele conta que muitas empresas brasileiras utilizam os SL para a criação de programas de rede internos, “mas o usuário final ainda não”, ressalta.

Para coordenar e articular o planejamento e a implementação de software livre e outras inovações tecnológicas, em outubro de 2003, foi criado o Comitê de Implementação do Software Livre, que coordena outros oito comitês com funções específicas, como integração de sistemas e inclusão digital.

Os ministérios da Cultura, Marinha, Aeronáutica, Comunicações e Minas e Energia também estão passando pelo mesmo processo de “migração” feito no ministério das Cidades. Ao todo, 58 órgãos públicos federais aderiram voluntariamente ao Comitê de Implementação do SL.

O Brasil hoje contribui com menos de 1% da criação tecnológica mundial de SL. O maior criador de programas livres é a França, com 30% do que é feito, segundo pesquisa da União Européia de 2002. Os dados são contestados pelo presidente do ITI. Segundo Sergio, o Brasil é hoje um dos países que mais contribui para essa nova tecnologia. Sergio lembra que o coordenador mundial da versão 2.4 do Linux (o programa de sistema operacional mais usado no mundo e que corresponde ao proprietário Windows, da empresa americana Microsoft) é um brasileiro, o paranaense, de 22 anos, Marcelo Tosatti.

Em uma política inédita, o ministério da Cultura abriu, nesta semana, as inscrições para o concurso de produção de jogos eletrônicos culturais e educativos. A idéia é que os futuros oito jogos, que serão criados por meio do concurso, sejam disponibilizados em SL.

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