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Cientistas sul-coreanos clonam embriões humanos

Agência Brasil - 12 de fevereiro de 2004 - 08:44

Washington - Cientistas da Coréia do Sul anunciaram a clonagem de 30 embriões humanos e a retirada de células tronco. A experiência está sendo considerada uma revolução na medicina e um passo importante no caminho da cura de doenças.

Um resumo da pesquisa com explicações do seu coordenador foi divulgado pela American Association for the Advancement of Science (Associação Americana para o Avanço da Ciência).

O cientista Woo Suk Hwang e seus colegas da Universidade Nacional de Seul combinaram material genético de células normais de doadoras com seus óvulos. Os embriões resultantes cresceram para produzir as chamadas células-tronco, que podem se transformar em qualquer tipo de tecido do corpo humano.

É a primeira vez que um grupo de pesquisadores revelou ter produzido tantos clones em estágio inicial ou comunicou ter conseguido progresso até estágio tão avançado. Outros cientistas alegaram anteriormente ter clonado embriões humanos para estudar as chamadas células-tronco, mas a maior parte destes estudos foi contestada.

"Como essas células-mãe contêm o genoma nuclear do indivíduo, depois da diferenciação pode-se esperar que sejam transplantadas sem rejeição para o tratamento de doenças degenerativas", disse o doutor Hwang, coordenador do projeto. Ele acrescenta ainda, num comunicado da Associação, que a "pesquisa abre a porta para o uso dessas células na medicina de transplantes."

Explicações

A associação explica que os cientistas sul-coreanos utilizaram 242 óvulos de 16 mulheres em sua experiência. E conseguiram produzir células-mãe versáteis tomando parte de uma célula não reprodutiva de uma mulher e transplantando-a para um óvulo dessa mesma pessoa.

No total, 30 embriões – cópias genéticas exatas das doadoras – foram, então, colocados em cultura até o estágio de blástula (embrião de cerca de 100 células), no qual podem ser extraídas células-tronco.

Essas células especiais se dividiram em três dos principais tecidos encontrados no corpo humano, segundo o estudo.

As células foram transplantadas em camundongos para constatar se poderiam se desenvolver em tipos de células ainda mais específicos, oferecendo provas adicionais de sua versatilidade.

A intenção declarada da pesquisa é estudar células-tronco de embriões humanos para ver como elas podem ser usadas como instrumento terapêutico para tratar doenças como diabete, osteoartrite, mal de Parkinson, entre outras. Em todas essas doenças, os tecidos do corpo humano começaram a falhar.

Em sua reunião anual que começa hoje em Seattle, estado de Washington, EUA, a Associação Americana para o Avanço da Ciência vai divulgar detalhes da pesquisa.

Questões éticas

É provável que a experiência dos pesquisadores sul-coreanos gere novas preocupações sobre a clonagem de seres humanos, tentativa amplamente criticada principalmente nos Estados Unidos.

Em medida recente, o presidente norte-americano George W.Bush suspendeu a utlização de recursos de fundos federais para a pesquisa de células-tronco a partir de embriões humanos. Os Estados Unidos fazem pressão junto à ONU pelo banimento de qualquer pesquisa relacionada à clonagem humana.

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