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Cassilândia: Valdir diz que o prefeito não sabia de tudo

05 de junho de 2007 - 06:06

O interrogatório mais esperado de ontem, no processo que investiga irrregularidades na Prefeitura de Cassilândia, era o de Valdir Moreira, ex-secretário da Prefeitura. Na parte da manhã, foi levado até à Delegacia de Policia onde deu o seu primeiro depoimento. Os comentários é de que resolveu colaborar, entrando também na delação premiada. Foi o primeiro a depor frente ao dr. Silvio C. Prado, juiz de Direito da 2ª Vara.

Veja alguns ítens do seu depoimento:

. aceitou o cargo por ter interesse político
. nega que os vales eram caixa dois
. teve audiência com o contador e o prefeito para utilizar os vales
. os blocos de vales já eram utilizados em outras administrações
. começaram a aparecer notas sem o conhecimento da Secretaria de Finanças
. os vales em nome do Sindicato Rural eram para ser descontados de seus créditos
. os vales "Pintado" representam pagamentos de juros do dinheiro que o prefeito pegou emprestado, no valor de R$ 80 mil.
. havia despesas quentes e despesas frias. As notas fiscais serviam para cobrir as despesas
. os vales de vereadores e de "Pintado" eram cobertos com notas fiscais e com anuência do prefeito
. Adenilson Pereira de Camargo, o Bituca, secretario de Turismo, era quem levava o dinheiro para os vereadores
. cada sessão extraordinária da Câmara, havia o repasse de R$ 20 mil, à todos os vereadores
. mensalmente, a importância de R$ 6 mil, para seis vereadores: Baltazar, Romão, Celino, Ozélio, Paulo Dalastra e Silvoney.
. R$ 20 mil eram repassados pela Luceni e os demais pagamentos feitos por ele, de meados de 2005 a meados de 2006.
. acredita que com o lucro da água daria para fazer esgoto na cidade
. Os vales da água eram para pagar o Ditinho. A proposta foi feito pelo Benedito.
. os tributos municipais sempre foram recebidos pela Prefeitura
. não sabia que pagamento da Prefeitura devia ser feito através de cheques
. Luceni era quem fazia toda a movimentação e emissão de cheques e valores
. não sabe se Aleuto (dono do Supermercado Nevoeiro) tinha conhecimento do esquema. Acredita que não.
. Aleuto recebia os valores para pagar o imposto da nota
. o prefeito José Donizete tinha conhecimento, mas de muitos fatos não tinha conhecimento.
. não obteve enriquecimento ilicito
. Luceni ostentava riqueza desde administrações anteriores
. não tem idéia porque foram encontrados vales na casa de Luceni
. Luceni agiotava. Devia R$ 7.500 para ela. Orange também. Desconhece se outros acusados também agiotavam.
. nunca teve reunião entre os acusados para colocar o sistema em prática
. devia a Jorge Kobaiashi a mais tempo, cerca de R$ 70 mil, a 3% de juros. Pagou o Jorge com crédito do Posto Petrobrás.


Veja o que foi publicado ontem pelo Cassilândianews, sobre o depoimento de Valdir Moreira

Cassilândia: o que Valdir está depondo no Fórum
Segunda-feira, 04 de Junho de 2007 16:40
Humberto Marques/Campo Grande News

O ex-secretário de Finanças de Cassilândia, Waldimiro José Cotrin Moreira, informou que seis vereadores do município também receberiam valores referentes ao esquema de desvio de recursos públicos da prefeitura que veio à tona durante a “Operação Judas”, deflagrada pelas polícias Civil e Militar e o Ministério Público Estadual. Dentre os beneficiários do Legislativo, estaria o prefeito em exercício do município, Baltazar Soares Silva – presidente da Câmara dos Vereadores cassilandense.

A acusação de Moreira foi feita na tarde desta segunda-feira (4 de junho), durante depoimento ao juiz Sílvio Prado, no Fórum de Cassilândia.Conforme o ex-secretário, também receberiam uma “mesada” de R$ 6 mil mensais os vereadores Romão Maiorchini (que responde interinamente pela Mesa Diretora da Casa de Leis), Juscelino Araújo, Ozélio Silva, Paulo Dalastra e Silvonei Veron. Além disso, a Câmara receberia R$ 20 mil por cada sessão extraordinária realizada – valor que, conforme Moreira, seria partilhado entre os nove parlamentares municipais. Os pagamentos seriam efetuados aos vereadores pelo ex-vereador e secretário de Turismo da cidade, Adenilson Camargo.

Os valores pagos aos vereadores seriam debitados também por meio de “vales”, que eram debitados no tesouro municipal. Conforme Cotrin Moreira, o esquema teria sido deflagrado no início de 2005, e acabou no começo de 2006. Em seu depoimento, ele não deu explicações técnicas sobre a forma com a qual eram efetuados os saques. Porém, rechaçou que se tratava de um esquema de “caixa dois”: conforme o ex-secretário, o sistema de recebimento de títulos e taxas da prefeitura sempre foi feito desta forma.

De encontro a esse argumento, o juiz Prado lembrou que os documentos utilizados como “vales” ainda tinham inscrições em Cr$ (cruzeiro), denotando sua antiguidade. Cotrin Moreira também adiantou que os vales encontrados em nome do Sindicato Rural de Cassilândia seriam, na verdade, créditos que o ex-secretário tinha com o município – ele seria proprietário de um posto de combustíveis, e teria, conforme sua defesa, R$ 400 mil em créditos com a prefeitura.

Moreira também deu explicações sobre os documentos referentes a saques que eram destinados a “Pintado”. Segundo ele, este seria o apelido de uma pessoa que realiza empréstimos a juro, cobrando taxas de 3,5% ao mês sobre os valores negociados. O ex-secretário salientou, ainda, que os vales eram utilizados para controle interno das despesas, para posterior apresentação de contas.

A movimentação financeira, conforme ele, era toda feita na tesouraria da prefeitura, que estava sob responsabilidade de Luceni Quintina Correia – uma das servidoras presas durante a “Operação Judas”, mas que ganhou a liberdade por colaborar com as investigações.

Já sobre as investigações sobre desvio de recursos no departamento de água e esgoto da cidade, Moreira destacou que os vales eram destinados às pessoas que efetuavam as cobranças atrasadas, que teriam direito a 5% do valor arrecadado. Ao ser ouvido pelo juiz, Moreira disse que chegaram a ser efetuados estudos para que instituições financeiras assumissem esse serviço. Contudo, diante da baixa demanda e dos valores das taxas, o serviço se tornaria mais caro, não sendo assim adotado.

Waldimiro Moreira foi o primeiro dos 13 indiciados que devem ser ouvidos na tarde desta segunda-feira pelo juiz Prado. Eugênio Luiz Azambuja, também preso durante a operação e liberado pelas autoridades por colaborar com as investigações, será ouvido por carta precatória, uma vez que reside em Inocência.

A “Operação Judas” identificou irregularidades no tesouro municipal, onde um grupo de funcionários se beneficiaria de saques irregulares na tesouraria do município. O esquema teria sido deflagrado para pagar dívidas de campanha do prefeito José Donizete Ferreira de Freitas (PT). O chefe do Executivo cassilandense chegou a ser afastado pela Justiça, a pedido do MPE. Na sexta-feira (1º), o desembargador Horácio Pithan acatou pedido da defesa do prefeito, reconduzindo-o ao cargo. (Com informações do repórter João Pamplona, da Rádio Patriarca de Cassilândia).

Valdir confirma esquema de notas frias a juiz
Segunda-feira, 04 de Junho de 2007 17:23
Humberto Marques/Campo Grande News

Terminou há pouco no Fórum de Cassilândia o depoimento do ex-secretário de Finanças do município, Waldimiro José Cotrin Moreira. Ele foi ouvido pelo juiz Sílvio Prado, dentro do inquérito sobre a “Operação Judas”, e afirmou ao magistrado que os empresários Aleuto Teixeira Lata (Supermercado Nevoeiro) e Euciomar Paulo de Menezes (Supermercado Três Irmãos) entregariam mensalmente notas fiscais “frias” nos valores de R$ 7 mil e R$ 5 mil, respectivamente, ao tesouro municipal. Os documentos seriam utilizados para justificar saques ilegais nos corres da prefeitura de Cassilândia.

Os nomes dos dois empresários haviam sido apontados pelo Ministério Público Estadual como participantes no esquema. Durante o depoimento, o ex-secretário confirmou também que foi proprietário de um posto de combustíveis que era fornecedor do município. Segundo ele, a empresa foi vendida por R$ 250 mil ao seu irmão, sendo readquirida recentemente.

Moreira disse, ainda, que nunca utilizou sua condição de secretário para receber pagamentos da prefeitura, uma vez que ele sempre foi um dos fornecedores que tinha mais créditos junto ao município. Ao mesmo tempo, ele confessou ter feito uma série de empréstimos com servidores acusados de participarem das ações ilegais na prefeitura. Com Orange Resende e Silva, ele teria contraído R$ 30 mil, pagando a dívida com juros de 2% ao mês e utilizando um automóvel Gol Flex para quitar o débito. Outro empréstimo teria sido efetuado junto a Jorge Kobayashi no início de 2005. O pagamento teria envolvido cheques do Fundef pagos ao posto de combustíveis – para abastecimento de veículos do transporte escolar. Um terceiro débito existiria com Luceni Quintina Correia, que comandava a tesouraria da prefeitura.

Mesmo possuindo créditos com o município, Waldimiro Moreira informou que necessitava dos empréstimos, uma vez que não vinha recebendo os valores que lhe seriam devidos. Ele disse, também, que vários secretários teriam autorização para efetuar compras; e explicou que as notas não eram emitidas no dia das compras pelo período de carência para o empenho dos valores. (Com informações do repórter João Pamplona, da Rádio Patriarca de Cassilândia)

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