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Cassilândia: médico fala sobre ação e paralisação

Bruna Girotto - 20 de agosto de 2010 - 12:14

Após reunião realizada com a classe médica, o médico Luiz Humberto Cardoso, concedeu entrevista ao programa Rotativa no Ar, e tratou sobre a Ação Civil Pública instaurada pelo Ministério Público no último dia 30 em face de alguns médicos e sobre a paralisação do atendimento médico nos Postos de Saúde da Família (PSF) de Cassilândia (MS).

"Nós não gostaríamos de estar aqui hoje para falar desse assunto. Mas enfim, o destino às vezes nos faz tomar atitudes no sentido de discordar de proposições que são jogadas contra uma classe. Temos um apreço muito grande pelas autoridades, pelo cumprimento das leis. Nós não andamos em cima das leis, nós obedecemos às leis. É o que mais buscamos para uma sociedade justa”, começou dizendo Luiz Humberto.

“Nós estamos passando por uma situação na qual não concordamos de forma nenhuma. É a forma como estamos sendo acusados. Não temos nada contra a Administração Municipal, e nem contra a Secretaria de Saúde. Temos uma consideração e respeito grande porque sabemos da vontade do Poder Público de resolver os problemas de saúde do município”, contou.

Santa Casa - Em relação ao atendimento da Santa Casa, o médico afirmou que está havendo uma conversação entre os colegas que trabalham nessa entidade, mas que esse assunto não tem nada a ver com os PSF.

“A Santa Casa não é um atendimento ambulatorial, como é a saúde básica. É um pronto socorro, é um hospital de urgência e emergência. Na Santa Casa existem algumas dificuldades que estamos encontrando, e posteriormente os meios de comunicação e a população poderão tomar conhecimento. Estamos fazendo uma consulta jurídica para que nos oriente, para que nos dê base, para não ter prejuízo a população”, disse Luiz Humberto.

“Havendo urgência e emergência, o cidadão está sendo atendido hoje pela Santa Casa. Lá não é feito pré-natal ou controle de hipertensão. Esse tipo de atendimento não é de Santa Casa. Mas atende uma febre alta, uma desidratação ou um ferido”, confirmou.

De acordo com o médico, a Santa Casa tem um diretor clínico, que é o médico José Quaranta, que tratará mais sobre esse assunto posteriormente.

PSF - O médico Luiz Humberto afirmou que estava no programa de rádio representando seus colegas na área de PSF: “A população sabe das nossas limitações. Tenho certeza que não são apenas limitações profissionais, mas também financeira e administrativa do Município. Tenho certeza que o prefeito gostaria de pagar muito mais seus funcionários. Então, o que deixamos claro é que com limitação já está difícil de funcionar, agora imagina sem funcionar. Não imaginamos em querer instaurar o caos, não é nosso objetivo, nem da Administração e nem do Ministério Público”.

“Não aceitamos julgamentos e nem rótulos da forma como foi colocado pelo Ministério Público. O Município jamais conseguirá trazer profissionais para atender do jeito que o MP quer. Nós queríamos permanecer 8h, 10h, 12h ou até dormir no PSF, mas não da forma como se é remunerado. Achamos que é impraticável”, criticou o médico.

“Por isso, iremos disponibilizar nossas funções. Temos carinho com a população, temos responsabilidade com nossa profissão e com o ser humano”, concluiu.

Motivo da ação do MP - De acordo com o médico Luiz Humberto, a ação teve início após uma auditoria realizada pelo CGU em 2008, onde algumas irregularidades foram constatadas: “Há apenas um anestesista na cidade. Ele atende PSF, por quê? Porque não têm médicos. Ele está dentro do hospital fazendo cirurgia, mas não deixou de atender o PSF. Terminando sua anestesia, ele vai correndo para seu PSF para atender seus pacientes, cumprindo com suas obrigações. Às vezes você chega às 8h e o médico não está, porque está em atendimento emergencial. Não seriamos insanos para pensar que a cidade comportaria 3 ou 4 anestesistas na cidade”.

Perguntas dos ouvintes do Rotativa no Ar

Por que são limitados os números de consulta nos PSF?

Luiz Humberto - É uma questão de trabalhar os programas de posto de saúde. Existem dias para determinados programas, como da gestante, da hipertensão e diabetes. O PSF não é aberto para consultas gerais todos os dias, onde há uma orientação para que as pessoas busquem o dia determinado do programa, para que sejam cumpridos programas de saúde.

Quem a população deve procurar neste final de semana?

Luiz Humberto - A Santa Casa é responsável pelo pronto socorro de Cassilândia. O atendimento será normal, como foi no final de semana passada. O médico plantonista estará à disposição da população para urgência e emergência.

“Nós estamos abertos ao diálogo, porque queremos procurar meios e fórmulas para solucionar o problema. Não queremos que amanhã o MP nos acuse novamente”, concluiu.

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