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Cassilândia - Leitora envia duas preciosidades
A cassilandense Carmozina Aparecida da Silveira, hoje residente em São José do Rio Preto, guarda preciosidades sobre a história de Cassilândia. Além de textos, fotos. Hoje, ela manda mais uma colaboração que poderia ir para o Museu de Imagem e Som da cidade, se tivesse.
Jair Nunes Chaves, segundo ela, era o compositor da época conhecido como Chavino. Ela têm duas musicas de sua autoria. A primeira conta como foi a morte de Joaquim Balduino de Souza, o Cassinha, fundador de Cassilândia. Ele foi assassinado, na balsa de sua propriedade, porque uma família achou que ela teria responsabilidade em um crime. A cidade, com o tempo, achava que ele "não estava batendo muito bem", porque ficava olhando para o sol e tinha um carrinho puxado por cachorros.
A segunda música lembra o tempo em que Cassilândia era grande produtora de café. Hoje, não existe mais nenhum pé.
MORTE DO CASSINHA
Letra e música de Chavinho Toada
Declamado
Muita gente ainda não sabe
Como foi triste o passado
De um fazendeiro rico
Ficou louco esse coitado
Olhava o sol durante o dia
E de noite nem dormia
Numa cruz ele abraçado.
O passado do Cassinha
E bom a gente nem lembrar
Era muito caridoso
E só vivia a trabalhar
Mais por causa de um engano
Da morte de um baiano
Esta história eu vou contar.
Cantado I
Um dia veio uns baianos
Seu filhinho atravessou
Um recado pro seu pai
O menino que levou
Não sabia o Cassinha
Que seu dia já chegou
Quando foi a tardezinha
Na espera do Cassinha
Lá no porto eles chamou.
II
O Cassinha tava triste
Ainda era alucinado
Ainda teve o destino
Foi atender o chamado
E cumprindo o seu dever
De um cidadão honrado
Quando chegou lá no porto
Os baianos olhavam torto
Já estava combinado.
III
O Cassinha foi chegando
Muito simples e descuidado
Os baianos perguntaram
Quando estava do outro lado
A morte do Miguel Ramos
Você é um dos culpados
O Cassinha respondeu
O seu corpo até tremeu
Pediu pra ser perdoado.
IV
O Cassinha ainda falou
Vocês estão muito enganados
Os homens não diziam nada
Com Jeito de malvado
Sacou de seus revolveres
O gatilho foi puxado
A rajada que se deu
O Cassinha ali morreu
Com o sangue derramado.
V
Mais deixou uma lembrança
Que será sempre lembrado
Cassilândia é uma flor
Que deixou bem começada
Uma Praça São José
Foi pro ele presenteada
Nunca vi bonita assim
Uma rua não tem fim
Com o seu nome gravado.
CASSILÂNDIA
Letra e música: Chavinho Guarânia
Cassilândia é uma cidade,
Deixa o povo admirado.
Por ela ser muito nova,
E muito tem aumentado.
Eu aqui nesta cidade,
Sempre tenho observado.
Muita gente vem de longe,
Chega aqui fica parado.
O futuro desta cidade,
É a terra ser massapé.
A lavoura é muito bonita,
Principalmente o café.
Os lavouristas fazem suas plantas,
Que não perde nenhum pé.
A pobreza fica alegre,
Não fica rico quem não quer.
Das cidades de Mato Grosso,
Cassilândia faz sucesso.
Sua fama corre longe,
Porque tem muito progresso.
Quem gosta de terra boa,
Vem aqui não volta mais.
Mora nesta terra rica,
É fronteira de Goiás.
Moro aqui pra toda vida,
Isto é minha intenção.
Se for preciso que eu saia,
Quanto dói meu coração.
Vou cantando esta guarânia,
Pra levar recordação.
Desta cidade tão linda,
Pouco tempo era sertão.
Essas preciosidades estão surgindo, depois que a Rádio Patriarca iniciou um programa todos os sábados, com a finalidade de descobrir os pioneiros da cidade, em cada profissão ou atividade.