Rosemary Castrequini, ex-companheira do soldado Adriano Paulo da Silva, 34 anos, suspeito pela morte do tenente José Eufrásio da Silva, encaminhou um e-mail ao Cassilândia News.

Ela disse que tem um filho com Paulo e que este \"sempre foi um pai dedicado cumprindo assim, com seus direitos e deveres, amigo e apaixonado pelo filho\".

Rose é enfermeira e explicou que a questão da violência doméstica é um problema de saúde pública: \"A questão da violência doméstica, algo de grandes repercussões no município, é um problema de Saúde Pública, que tem como objetivo atender a família com uma equipe mutidiciplinar. A Nova Constituição Federal, que aponta em seu artigo 198 a seguinte conformação para o sistema: \'As ações e serviços de saúde integram uma rede regionalizada e constituem um sistema único. Este novo modelo deve contemplar a universalidade e integralidade. O Programa de Assistência Integral da Saúde da Mulher (PAISM), em 1983, foi elaborado pelo Ministério da Saúde, ficando assim as responsabilidades aos governos Federais, Estaduais e Municipais.\"

Ela destacou o trabalho dos Policiais Militares, a quem se refere como \"verdadeiros heróis na guerra contra a criminalidade\" e fez uma crítica ao governo: \"Pais de família que trabalham com salários defazados, em um ambiente extressante. Cada profissional do serviço público é responsável por seu desempenho funcional e por seus erros e faltas éticas ou legais, mas o responsável por dar tanta margem para a piora do serviço publico é um só. Senhor Governador do Estado, com apoio de seus aliados e logística de seus antecessores\".

Desde a época em que viviam juntos, segundo Rose informou, Paulo necessitava de tratamento psiquiátrico. \"Até iniciou várias vezes e não dava continuidade. Será que a equipe de trabalho colaborou para a continuidade desse tratamento?\", questionou.

Rose disse que os transtornos mentais e do comportamento são a principal causa de afastamento de policiais civis e militares do trabalho. \"Esses profissionais estão mais suscetíveis aos transtorno mentais e comportamentais, relacionados ao humor e ao estresse ou mesmo provocados pelo abuso de substâncias psicoativas, como o álcool\", explicou.

Afirmou que nos anos que esteve na companhia do soldado, ele passou por várias avaliações psicológicas e psiquiátricas e teve dois afastamentos por distúrbios psiquiatricos , devido a transtornos mentais. \"Ele sofreu acidentes de trabalho, e não concluiu esses tratamentos, necessitando retornar ao trabalho. Criticar é fácil, difícil é viver a angústia desses profissionais na pele, a pressão psicológica que esses Policiais Militares passam\", relatou.

E fez mais uma crítica no final: \"Ninguém aciona 190 para convidar a equipe para tomar uma café da tarde, já pensaram nisso? Somente para atender ocorrências que nem sempre tem um final feliz, desgraças, sofrimento, dores e morte\".