O vice-presidente Carlos Mesa foi proclamado presidente da República boliviana pelo Congresso depois da demissão de Gonzalo Sanchez de Lozada.

O agora ex-presidente Sanchez de Lozada partiu para Miami com a família.

"Demito-me porque penso que o congresso conseguirá encontrar uma solução para os problemas nacionais, mas apesar de o desejar com fervor, acredito que não será fácil", escreveu Lozada num texto endereçado aos parlamentares.

A demissão dele acontece após 32 dias de forte mobilização popular contra o seu governo, considerado responsável pela morte de mais de 80 pessoas na violenta repressão das manifestações pelo Exército e pela Polícia.

Entretanto, o novo presidente boliviano Carlos Mesa anunciou que realizará um referendo sobre a questão de exploração das jazidas de gás no sul do país.

"Assumo o compromisso de submeter a referendo" a questão de exploração das jazidas de Tarija, afirmou Mesa, em sua primeira mensagem depois de ter sido empossado.

A decisão do governo boliviano de exportar o gás de Tarija, via Chile, país contra o qual existe um profundo ressentimento na Bolívia, desde a Guerra do Pacífico no século XIX, foi a grande responsável pela contestação popular, que acabou por conduzir à demissão do chefe de Estado, Sanchez Losada.

O novo chefe de Estado prestou ainda homenagem às mais de 80 pessoas que morreram durante os 32 dias de contestação anti- governamental, violentamente reprimida pela polícia e pelo Exército.

As informações são da Agência Lusa