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Brasileiros desamassam carros danificados na Argélia

Cristiane Ribeiro /ABr - 28 de janeiro de 2009 - 10:40

Argel (Argélia) - Um temporal de granizo com pedras do tamanho de bolinhas de pingue-pongue amassou pelo menos quatro mil carros na Argel e trouxe à capital argelina 80 brasileiros especializados em desamassar veículos sem danificar a pintura. O trabalho manual é feito com ferramentas de ferro e borracha e não deixa marcas, por isso, estes profissionais são conhecidos no Brasil como “martelinhos de ouro”.

O grupo chegou a Argel há quatro dias para consertar os estragos provocados pela natureza no início deste ano e trabalha durante todo o dia, pois o serviço deve estar concluído em até três meses, quando vence o visto de trabalho concedido pela Embaixada da Argélia.

Os trabalhadores são autônomos e a profissão que surgiu no Brasil, ainda não foi regulamentada. Eles aprendem o ofício com os profissionais mais antigos, que começaram desamassando carros danificados por granizos, mas que agora já consertam carros novos com pequenos amassados. A maioria deles se concentra na região de São Paulo, ficando à espera de serviço, que não demora a aparecer, seja no Brasil ou no exterior.

“Há cerca de 10 anos era cada um por si, mas hoje já há pequenas empresas que fazem contratos temporários com os martelinhos de ouro. A demanda maior é para a Europa, devido às grandes tempestades de granizo, especialmente durante o inverno, mas já fomos chamados para trabalhar na Argentina, Estados Unidos e agora na África”, acrescentou Paulo Alves, de 28 anos, que desamassa carros há 13 anos e há cinco anos se mudou para Portugal, onde criou uma empresa no setor.

Segundo ele, o fato de a profissão não ser reconhecida dificulta a liberação dos vistos para trabalhar fora do país. “É difícil convencer as embaixadas de que 30 ou 50 profissionais sem carteira assinada precisam sair do Brasil de uma só vez e quase que de imediato, pois os desastres naturais não têm previsão para acontecer”.

Rogério Cândido Carmieto, de 32 anos, também de São Paulo, disse que está fazendo sua estréia em trabalho no exterior e que a distância da família será compensada com o dinheiro que levará para casa. “O pagamento é em euro e no final do serviço, que deve demorar mais um mês, vou ganhar o que levaria muito mais tempo para receber no Brasil”.


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