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Brasil embarca boi vivo para o Líbano

Acrissul News - 04 de abril de 2005 - 14:40

Em meados de março, 9 mil cabeças de gado saíram do porto de Rio Grande (RS) com objetivo de cruzar o Atlântico e desembarcar em Beirute, no Líbano. Apesar de a viagem estar acontecendo com todo conforto, em um navio preparado para transporte de animais vivos, dividido em baias para 40 bovinos, em sete diferentes andares, comida e água a vontade, o destino é o abate.

Tantas regalias são para que durante os 20 dias de viagem os animais não percam peso e estejam prontos para serem recebidos pelos frigoríficos do Oriente Médio.

A demanda por carne fresca dos consumidores locais e as rigorosas exigências religiosas cobradas pelos islâmicos está fazendo com que o Brasil amplie as negociações de animais vivos para abate no país de destino. Dados da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) indicam que o mercado internacional de animais vivos movimenta anualmente US$ 1 bilhão e que o Oriente Médio representa 35% dessa demanda.

A negociação feita na semana passada foi realizada pela trading Lizestok Importação e Exportação, que não está fornecendo detalhes sobre a negociação para a imprensa.

Fontes locais do Ministério da Agricultura, no entanto, disseram que além das 9 mil cabeças exportadas na semana passada, a idéia é que lotes entre 9 mil e 10 mil animais sejam enviados para o Líbano a cada 90 dias.

"Tudo indica que os embarques serão sistemáticos para o Líbano, que importa por ano US$ 350 milhões em animais vivos", diz a fonte.

Exportação de rebanho

O número de animais exportados está sendo considerado elevado e se aproxima do tamanho de rebanhos inteiros. Isso porque, o embarque das 9 mil cabeças, aliado aos 3.431 exportados no primeiro bimestre deste ano, se aproximam das vendas totais do País em todo ano passado.

Dados do Ministério da Agricultura indicam que em 2004, as exportações de animais vivos somou 15,5 mil cabeças, das quais 10,3 mil tiveram como destino o Líbano.

De acordo com Gerson Simão, gerente de relações internacionais da ABCZ, a exportação de animais vivos pode ser um novo mercado para o Brasil, que já é o atual líder nas exportações de carne bovina in natura e tem todas as condições para crescer no mercado de animais em pé.

"Além de ser bom para o Brasil, que abre uma nova porta para as exportações é bom também para os pecuaristas, que conseguem receber um valor maior pelo animal exportado do que se vendesse direto para os frigoríficos nacionais", diz Simão.

O executivo lembra, no entanto, que o que limita um crescimento mais acentuado desse tipo de exportação é a falta de know-how das empresas de transporte. Além disso, o Brasil está ocupando uma lacuna deixada pela Austrália, que domina 95% do mercado internacional de animais vivos e que precisou reduzir seu rebanho por problemas climáticos que enfrentou.

Mesmo com os entraves, as perspectivas são positivas.

Nos próximos dias, o Ministério da Agricultura irá receber uma missão das Filipinas que pretende viabilizar a importação de animais vivos. A missão das filipina deve chegar ao Brasil ainda esta semana, segundo o diretor do Departamento de Assuntos Sanitários e Fitossanitários da Secretaria de Relações Internacionais do Agrone-gócio do ministério, Odilson Luiz Ribeiro e Silva.

Fonte: Gazeta Mercantil - SP


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