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Geral

Brasil é o 2º país em incidência de câncer de laringe

Fernanda Bosnich - 03 de setembro de 2008 - 19:47

Todos sabem que a péssima qualidade do ar, especialmente nos grandes centros, é responsável por centenas de males gerados ao organismo. Porém, poucas pessoas têm a real dimensão da gravidade do problema quando relacionado à saúde da voz.


As pregas vocais, popularmente conhecidas como “cordas vocais”, são dois músculos localizados na laringe - que faz parte do aparelho respiratório - e estão situadas no corpo em posição paralela ao chão. Elas fazem um movimento de abre e fecha e são recobertas por uma mucosa que vibra conforme a passagem do ar, dando origem à emissão dos sons que produzimos. Em um cantor, por exemplo, essa vibração pode ocorrer milhares de vezes por segundo.



Para que esse processo seja eficiente e saudável é necessário que haja uma boa lubrificação da mucosa. Porém, essa condição está cada vez mais difícil de ser mantida em cidades como São Paulo, onde a poluição é constante e a mudança climática cada vez mais freqüente.



“O ar poluído passa pela laringe e muitos resíduos acabam se alojando nas pregas vocais, ressecando a mucosa”, comenta Maria Ângela Ueda Martins, responsável pelo serviço de Terapia Fonoaudióloga do hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo. “Já as mudanças climáticas podem acarretar sérios problemas àqueles que apresentam alergias”, completa.

Para amenizar o problema, a recomendação da especialista é que as pessoas permaneçam sempre bem hidratadas, seja ingerindo água, frutas ou utilizando vaporizadores. “O ideal é bebermos de 2 a 3 litros de água durante o dia e em goles pequenos. Dessa forma evitamos o que chamamos de refluxo, que traz acidez e irrita a garganta”, ensina a fonoaudióloga.

Mesmo assim, muitos ainda sofrem com a debilitação da saúde vocal graças aos problemas causados pela poluição. Dados de uma pesquisa publicada no Journal Voice, um dos mais respeitados no mundo, revelam que a disfonia -alteração ou enfraquecimento da voz - é o distúrbio de comunicação mais comum, e que, segundo estimativas, cerca de 3% a 9% da população mundial tem ou terá algum tipo de disfunção vocal em um determinado momento da vida.

Entre as doenças mais freqüentes estão a laringite (inflamação na laringe), os pólipos (espécie de bola de sangue que fica entre as pregas vocais) e os nódulos (calos que enrijecem a mucosa, dificultando sua vibração), além do câncer de laringe. Para se ter idéia da gravidade do problema, o Brasil é o segundo país com maior incidência desse tipo de câncer no mundo, e uma aparentemente simples rouquidão pode ser o primeiro sintoma.

“Apesar disso, é bom lembrar que 90% dos casos podem ser curados quando diagnosticados no início da doença”, alerta Maria Ângela.

Outras funções das pregas vocais



Ao contrário do que se imagina, as pregas vocais não têm como principal função possibilitar a fala nos seres humanos, e sim proteger os pulmões. Elas se fecham para evitar que corpos estranhos entrem pela laringe até atingirem os pulmões, ação nitidamente percebida quando engasgamos.



Outra função desses músculos está relacionada à força. Elas fecham firmemente para que consigamos manter o ar nos pulmões quando precisamos reunir força, por exemplo, para carregar peso. Por isso é difícil falarmos durante a prática de exercícios físicos.



Sobre Beneficência Portuguesa

O Beneficência Portuguesa de São Paulo, com quase 150 anos, é o maior complexo privado de saúde da América Latina. Instalado em seis edifícios e mais de 110 mil metros quadrados, contato atualmente com mais de cinco mil funcionários, dos quais 1,5 mil médicos especialistas.



Com 1920 leitos e 64 salas cirúrgicas, atende a cerca de 300 mil pessoas e realiza, em média, 30 mil cirurgias e mais de três milhões de exames anualmente.



É considerado um centro de referência em transplantes. Entre 1973 e 2007 foram 3.345 transplantes de coração, fígado, medula, rim, pulmão, entre outros. Um caso raro e inédito foi realizado em 93, quando um paciente passou a viver com dois corações. Cinco anos depois foram realizados o primeiro transplante bilateral de pulmão e o primeiro transplante conjunto de coração e pulmão com êxito no Brasil.

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