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Boxe: uma vitória recheada de emoção

COB - 28 de julho de 2007 - 05:11

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Um jejum de 44 anos foi derrubado nesta sexta-feira (dia 27) durante os Jogos Pan-americanos Rio 2007. A façanha coube a um boxeador brasileiro, o baiano Pedro Lima, de 24 anos, categoria meio-médio (até 69kg), baiano da cidade de Riachão de Jacuípe, que ganhou a medalha de ouro na final contra o americano Demetrius Andrade. A luta, de final eletrizante, decidida nos últimos segundos, emocionou a platéia que lotou o Pavilhão 2 do Complexo Esportivo do Riocentro.

O Brasil conquistara sua última medalha de ouro em 1963, durante os Jogos Pan-americanos de São Paulo. Em 1995, nos Jogos Pan-americanos de Mar del Plata, Acelino de Freitas, o Popó ficou em segundo lugar (medalha de prata). No total, nesta versão dos Jogos Pan-americanos, o Brasil conquistou uma medalha de ouro, uma de prata e seis de bronze.

Ao começar o quarto e derradeiro round, Pedro Lima levava vantagem de 5 a 2, mas permitiu a reação do pugilista norte-americano. Demetrius Andrade empatou em 5 a 5 e, em seguida, passou à frente. Quando tudo indicava que o brasileiro ficaria com a medalha de prata, ele, empurrado pela torcida, igualou a contagem em 6 a 6. E de maneira sensacional venceu a luta. “Ganhei na base da raça, do coração, da superação”, resumiu Lima, com a Bandeira do Brasil enrolada nas costas.

A emoção tomou conta do ginásio. Lima teve seu nome gritado em coro, foi carregado e jogado para o alto, em uma comemoração digna de um medalhista que subiu no lugar mais alto do pódio. “Foram dois meses de treinamento. De abnegação, de dedicação total. O trabalho foi feito. Agora, é dar seqüência ao trabalho”, afirmou o lutador, que há sete anos é treinado por Luiz Carlos Dorea Barreto, um dos preparadores da Seleção Brasileira de boxe nos Jogos Pan-americanos.

Para o técnico, Pedro Lima ainda irá evoluir muito no esporte “Ele tem uma base muito boa. E a base é a família”, disse Dorea, que pretende preparar tanto ele quanto o lutador Éverton Lopes, que conquistou a medalha de prata nos Jogos Olímpicos.

Na entrevista coletiva, com a participação de Acelino de Freitas, o Popó, e de toda a delegação brasileira, Pedro Lima disse que será muito difícil ocupar o lugar de ídolo no esporte, deixado por Popó. “Sabe lá o que é ser quatro vezes campeão do mundo? Não houve alguém que tenha subido mais alto do que ele. Estou apenas começando, aprendendo. Mas, com humildade e muito trabalho, pode ser que, um dia, eu tenha o mesmo sucesso”, destacou Lima.

Popó fez questão de dizer que não participou da preparação técnica e física de Pedro Lima, que fez viagens à República Theca e Espanha em busca de aperfeiçoamento. “Fui apenas um coadjuvante. Fiz minha parte nos Jogos Pan-americanos. Incentivei, gritei, fiquei rouco. Botei os caras para a frente”, disse Popó, que exerceu as funções de chefe de equipe, juntamente com o cubano Otílio Toledo.

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