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Geral

Bolivianos fecham a fronteira na região de Corumbá

Marcelo Fernandes, do Corumbá online - 08 de setembro de 2006 - 11:45


O fechamento da fronteira da Bolívia com o Brasil, no distrito de Arroyo Concépcion, na divisa com Corumbá, teve início às 09 horas de hoje, 08 de setembro, é um movimento de apoio ao “Paro Cívico” de quatro estados do país, realizado nesta sexta-feira.

A presidente do Comitê Cívico Feminino de Arroyo Concépcion, Esperanza Padilha, explicou ao Corumbá On Line que a interdição do tráfego de veículos é uma resposta às atitudes do presidente Evo Morales que age de forma diferente do “discurso de quando foi eleito”, destacou. Ela afirmou que como a província de German Busch integra o departamento de Santa Cruz, os moradores apóiam as reivindicações do protesto.

Uma fita de trânsito, esticada de um lado para outro da pequena ponte que liga os dois países, juntamente com pedras e galhos de árvores impedem a circulação de veículos. Carros brasileiros que estão em território boliviano estão autorizados a sair até 11 horas, depois não haverá mais tráfego. O bloqueio seguirá até a meia-noite de hoje. O comércio das cidades da província está fechado. Somente a feira livre de eletro-eletrônicos e artesanato funciona em Puerto Quijarro.

A paralisação - Quatro estados bolivianos – que lá são chamados de departamentos – iniciaram a zero hora de hoje, 08 de setembro, uma paralisação geral – “Paro Cívico” – de 24 horas. A mobilização acontece nos estados mais ricos do país: Santa Cruz; Tarija; Beni e Pando.

Com apoio dos respectivos governadores, representantes cívicos protestam contra as regras de votação da Assembléia Constituinte, instaurada em agosto. Eles exigem o “cumprimento pleno” da Constituição Política do Estado (CPE); e da Lei Especial que convocou a Constituinte e pedem que os integrantes do Partido do Movimento Ao Socialismo (MAS) – do presidente Evo Morales – revertam a decisão que permitiu à Assembléia aprovar matérias pela maioria simples dos votos (128 votos) e não por dois terços dos votos totais (170), como se previa anteriormente.

O temor é que com a maioria absoluta (50% mais um dos votos), o MAS e o presidente Morales ganhem poderes para redigir a nova Constituição de acordo com as conveniências pessoais, priorizando interesses de grupos aliados em detrimento dos demais.

O protesto, integrado por grupos de oposição e produtores de gás, petróleo e madeira e funcionários dos setores bancário, saúde e transportes, ainda tem a intenção de denunciar à Comunidade Internacional a conduta “totalitária do Governo Nacional” e criar uma aliança nacional formada por governadores; parlamentares; constituintes; prefeitos; vereadores; comitês cívicos e os mais variados segmentos sociais em defesa da “democracia e do Estado de direto”.

Motor econômico - A mobilização paralisou a economia dos quatro estados, suspendendo importações e exportações. O Departamento de Santa Cruz é considerado “motor econômico” da Bolívia. Cerca de 40% das exportações do país saem de Santa Cruz, movimentando, segundo a Câmara de Exportadores (Cadex) US$ 800 milhões por ano. A agroindústria e os produtos ligados ao setor de Energia são os principais geradores de divisas.

A assembléia, instalada em 06 de agosto, é integrada por 255 constituintes, dos quais 137 pertencem ao MAS. Os constituintes têm de seis a 12 meses para mudar a atual Constituição boliviana. Com informações do jornal El Deber

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