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Bispo conta como é o novo Papa

Alana Gandra / ABr - 19 de abril de 2005 - 14:32

Surpresa e alegria. Foi com essas duas sensações que o bispo auxiliar do Rio de Janeiro, Dom Edson de Castro Homem, disse que o mundo e a Igreja, receberam a notícia da escolha do Cardeal alemão Joseph Ratinzger como novo Papa. Na sua opinião, foi uma escolha bem feita. "Os cardeais escolheram um homem que conhece profundamente a filosofia e a teologia no sentido amplo da palavra e também no sentido específico da filosofia contemporânea, do período pós-moderno, e toda a influência que o pensamento moderno tem na teologia, sobretudo aquela teologia de dissenção, que procura de alguma forma estar em contato com a problemática do mundo contemporâneo, mas, no entanto, cede sob alguns aspectos que nós chamaríamos da ortodoxia da fé".

Dom Edson definiu o novo Papa como um homem profundamente preparado e culto. Afirmou ser impossível pensar em um filósofo e mesmo um teólogo por profissão que seja em si tradicional. "Creio que essa é uma visão inadequada e meio dualista, como se todos fossem ou progressistas ou tradicionalistas. Há sempre em alguns que poderiam ser tradicionalistas grandes elementos de renovação. E vice-versa. Há também entre os que são proclamados progressistas alguns aspectos que são enraizados na grande tradição".

O bispo auxiliar do Rio de Janeiro descartou totalmente a possibilidade de Ratinzger, por seu conservadorismo, não dar seguimento às diretrizes fixadas para a Igreja por seu antecessor, João Paulo II. "Ele é chamado de conservador pela função que ocupava porque cabia a ele guardar, manter, a doutrina da fé", esclareceu.

Dom Edson garantiu que, como teólogo, o novo Papa Bento XVI nunca foi conservador. "Pelo contrário". Ratzinger foi um dos teólogos do Conselho Vaticano II e seguirá as orientações do conselho, afiançou. "Aquilo que João Paulo II ensinou e também testemunhou ele seguramente continuará na mesma linha de fidelidade ao conselho".

O religioso analisou que o prazo de escolha do novo Papa em apenas dois dias foi um recorde surpreendente. Ele justificou a rapidez na aprovação de Ratinzger ao fato de ser um nome de consenso. Aliado a isso, avaliou que a escolha do cardeal alemão "dá a impressão também que é um Papa de transição porque ele já tem uma certa idade. Isso significa que provavelmente os cardeais esperam que ele prepare seu sucessor, um Papa mais novo. A não ser que seja igual a Leão XIII e chegue aos 100 anos", brincou o bispo auxiliar do Rio.

A escolha de Ratinzger frustrou um pouco os brasileiros, latino-americanos e africanos, reconheceu Dom Edson. Segundo observou, "ainda não está madura a idéia de um Papa latino-americano ou mesmo africano. O que se falava com mais exatidão, com os pés no chão, era um Papa europeu". Não descartou porém, a idéia de que o próprio Ratinzger prepare o terreno para que seu sucessor venha de um país dessas regiões.

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