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Atleta fala da frustração de não ir às Olimpíadas

Fabiana Guimarães - 17 de julho de 2004 - 06:10

Considerado um dos principais desfalques da equipe brasileira que disputará os Jogos Olímpicos de Atenas, o velocista Claudinei Quirino (medalha de bronze no revezamento 4x100m rasos nas Olimpíadas de Atlanta, em 1996, prata em Sydney-2000 e ouro no Pan-Americano de Santo Domingo em 2003, nessa mesma prova) declarou que será um dos milhões de brasileiros a torcer pelo sucesso do atletismo. O atleta, que integra a equipe da Brasil Telecom, afirmou ainda que acredita que o revezamento 4x100m masculino trará uma medalha para o país.


Em 2003, Quirino fez o índice A nos 200m rasos, mas não conseguiu reeditar a marca este ano. Em sua última oportunidade, no último dia 11 de julho, no Sul- Americano da Colômbia, o velocista precisava correr os 200m rasos em 20s59, mas terminou a prova em sexto lugar com o tempo de 21s39. Com o resultado, ele perdeu também a chance de integrar o revezamento 4x100m.

Após o retorno da Colômbia, Quirino falou sobre a não conquista do índice. Muito emocionado, o atleta relembrou toda a sua preparação durante os últimos quatro anos visando apenas as Olimpíadas de Atenas.

- Eu e o Jayme Netto (treinador da equipe Brasil Telecom de atletismo) montamos um programa de treinamento e investimos tudo para chegar bem nas datas finais para a confirmação do índice, mas infelizmente não deu. Acho que não adquiri ritmo de competição, mas não foi por falta de vontade e nem por não tentar. Muito pelo contrário. Busquei isso até o fim, era tudo o que mais desejava. Não desisti em nenhum momento - afirmou.

Ao falar sobre os momentos finais da competição na Colômbia (11/07), o velocista disse que esses foram os piores de sua vida e desabafou:

- Foi horrível. Quando entrei na pista, disse ao Bruno (Pacheco) que teríamos que correr muito para atingir o resultado esperado, pois o vento estava desfavorável e muito acima da média quando acabamos a prova. Nessa hora, me senti muito mal. Olhamos para o lado e percebemos que não teria mais jeito e que meu sonho de ir à Atenas estava morrendo naquele momento. Senti um grande vazio. Fiquei decepcionado e ao mesmo tempo frustrado.

Agora, mais relaxado lembra que a derrota não fará com que abandone às pistas. Claudinei ainda comentou:

- Meu amor pelo atletismo e o apoio das pessoas são maiores do que isso. Perdi apenas uma batalha, mas continuo na guerra.

Assim que retornou à Presidente Prudente - SP (onde mora e treina), ainda abalado, o atleta da Brasil Telecom procurou ouvir alguns amigos e tirou uma licença dos treinamentos por três dias. Surgiram os rumores de que estava se escondendo, de que iria abandonar o atletismo.

- Eu não tenho motivos para abandonar o atletismo como algumas pessoas já me perguntaram. Vou continuar correndo. O atletismo é minha vida. Eu não vou me esconder, ficar envergonhado e sair na rua de cabeça baixa. Estou de licença por apenas três dias. Na próxima segunda-feira volto a treinar, pois a vida continua. Meu treinador disse para eu treinar normalmente, já que decidi disputar os "Jogos Abertos do Interior". Independentemente das Olimpíadas tenho contratos a cumprir com meus patrocinadores. Minhas responsabilidades com eles e com os torcedores continuam as mesmas - finalizou o atleta, pedindo que todos continuem torcendo por ele e pelo Brasil.

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