Cassilândia Notícias

Cassilândia Notícias
Cassilândia, Sexta, 26 de Abril de 2024
Envie sua matéria (67) 99266-0985

Geral

Artigo: Ronaldo, do Corinthians e do Brasil

Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves - 10 de dezembro de 2008 - 09:02

Ronaldo, do Corinthians e do Brasil

O futebol brasileiro está alegre. Ronaldo Fenômeno agora é do Corinthians. A "fiel" sorri e está feliz, pois o time retorna à divisão principal, trazendo um dos maiores jogadores do mundo para suas fileiras. Não podemos (nem devemos) nos esquecer que vivemos no encantado pais do futebol, mesmo que nas últimas décadas o dinheiro do exterior torne diferente essa realidade. Todos os recursos de europeus, árabes e até japoneses que inflacionam o mercado, jamais conseguirão superar os feitos de Leônidas, Domingos da Guia, Garrincha, Pelé e tantos outros craques que fizeram a alegria do brasileiro (e depois do mundo) durante décadas.
Apesar do poderio econômico e de comunicação do exterior, o Brasil ainda detém Pelé, o "Atleta do Século", que jogou nos tempos em que os dinheiro dos estrangeiros ainda não tinha a força de hoje mas, mesmo assim, mais de três décadas depois de parar de atuar pelo seu Santos FC (foi em 1974!) mantém o charme de maior jogador de futebol do mundo.
Pelé parou quando estava no auge. Rejeitou "salvar" a Seleção Brasileira quando ela enfrentava dificuldades e, talvez, por isso, conseguiu manter a mística em torno de seu nome e da própria carreira. Ronaldo vive outros tempos. Teve a oportunidade de fazer carreira nos principais times europeus e pode ter até ganho mais dinheiro do que Pelé no seu tempo. Apesar de sua condição de monstro sagrado do futebol, vivia um momento de ostracismo ditado principalmente pela sua condição física.
A vinda para o Corinthians é uma grande tacada do próprio jogador e daqueles que o contrataram. Vão juntar suas forças, certamente, farão a alegria do torcedor e darão um novo alento ao futebol brasileiro que, nas últimas décadas, só revela, mas perde jogadores para o futebol europeu. O próprio Ronaldo é exemplo disso.
Espera-se que Ronaldo, nessa volta à pátria e revitalização do seu futebol, consiga dar ao Corinthians aquilo que o clube e o futebol brasileiro necessitam nesse momento. Mas não podemos nos esquecer que a condição física é limitante para a prática do esporte. Pelé parou aos 34 (Ronaldo já tem 32) e muitos outros que não tiveram esse cuidado, sobraram no ostracismo.
Saber a hora de parar é uma das grandes dificuldades dos brasileiros, especialmente os que militam na política. É comum vermos figuras que já renderam tudo o que podiam insistindo no continuísmo e na reeleição. Seguindo as pegadas e Pelé, Ronaldo terá todas as condições de dedicar-se com afinco e fazer um bom trabalho no popular clube paulista. Mesmo que depois (como Pelé) tenha atividades futebolísticas no exterior.
O Brasil perde muito com seus homens públicos que só pensam na reeleição e no futuro cargo que ocuparão e deixam de cumprir integralmente suas obrigações do momento. Oxalá Ronaldo, no Corinthians, dê o exemplo aos nossos governantes, vivendo plenamente a fase paulista de sua carreira. Que cada chute seu seja novamente aquela explosão de alegria do Ronaldinho que conhecemos no futebol carioca, mineiro e na Seleção, jamais um trampolim para o próximo contrato.

Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves - diretor da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo)
[email protected]

SIGA-NOS NO Google News