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Artigo : Como superar traumas?

Por Mari Cordeiro - 24 de julho de 2012 - 13:24

Muito se fala sobre a violência e os traumas gerados por ela. Pessoas atirando em outras sem motivo, se é que existe motivo para se atirar em alguém. Situações inimagináveis acontecem e fazem um verdadeiro estrago na vida das pessoas. Mas o fato é que todo ser humano vivencia situações traumáticas, isso é inevitável. Num acidente uma pessoa pode se machucar muito e outra apenas assistir, quem ficou mais traumatizada? Acreditar que foi a que se feriu nem sempre é a resposta correta.



Quando vivenciamos situações traumáticas as informações ficam armazenadas em nosso cérebro. Acontece que imagens, sons, emoções, sensações são armazenadas em áreas diferentes e específicas do cérebro, naturalmente essas informações são integradas e o trauma se dissolve, mas em algumas situações isso não acontece e as informações ficam separadas e voltam à tona toda vez que aquele ponto no cérebro for acessado quer seja por movimentos dos olhos, por pensamentos perturbadores ou por novas situações similares à traumática. As sensações perturbadoras reacendem e formam comportamentos disfuncionais. O que antes era fácil agora passa a ser muito difícil.



Como as crianças ainda não tem um filtro desenvolvido para lidar e discernir os acontecimentos estão mais suscetíveis a permanecer no trauma mesmo em situações que, na maioria das vezes, para um adulto não teria o mesmo impacto. Ao longo dos últimos 10 anos fazendo coaching com executivos de carreiras brilhantes fui percebendo que a conversa não alcança bons resultados em todas as situações. E, investigando com mais profundidade cheguei a um ponto em comum - traumas, principalmente da primeira infância, mas também da vida adulta. A partir desta descoberta constatei que meus títulos em formações internacionais em coaching já não bastavam para estes casos. Neste momento passei a estudar cada vez mais a neurociência e a física quântica.



Sabemos que pensamento gera emoção que gera comportamento. Mas como mudar pensamentos? Entender o funcionamento do cérebro e o que há de mais moderno em desatar os nós que criamos foi fundamental para dar um salto significativo em meus processos de coaching. Compreender a física quântica, como a física das possibilidades, verificando o impacto das crenças e dos conflitos em nosso funcionamento foi libertador. Após todos estes estudos e formações criei o coaching de reprocessamento. Foi com ele que consegui identificar os pontos traumáticos que impedem comportamentos funcionais, possibilitar ao coachee (pessoa que se beneficia do coaching) escolher pensamentos e comportamentos mais saudáveis, quebrar crenças e aprender a lidar com suas emoções.



Dentre os inúmeros casos emocionantes que me deparei nos últimos anos, um me toca profundamente pela vontade e força de superação. Chegou à minha consultoria um executivo já com uma carreira consolidada ao longo de seus 59 anos, mas com um pedido especial: quero não ficar nervoso, não ter brancos e palpitações todas as vezes que for fazer apresentações e reuniões com pessoas importantes. De maneira curiosa ele manobrou situações difíceis e conseguiu construir uma bela carreira mesmo com este sofrimento num ambiente corporativo, o que não é fácil pela enorme e constante exposição. Sua disponibilidade e entrega para o processo era tal que na primeira sessão as situações traumáticas vieram à tona e após a segunda sessão de reprocessamento ele se deu conta que conseguiu se apresentar para 100 pessoas sem todos aqueles sintomas. Ele tinha metas arrojadas para este processo, mapeou situações e público alvo. Seu processo durou 12 sessões e hoje ele manda muito bem em suas apresentações e diz que sua vida pessoal também teve ganhos que nem esperava.



Nós, seres humanos, somos complexos demais. Infelizmente não temos como fugir de traumas, coisas cruéis acontecem para boas pessoas. E a vida nos convida a dar a volta e encontrar a felicidade. Estas descobertas são apenas o começo de uma longa jornada na ampliação da compreensão sobre como funcionamos, onde estão nossos botões e como os acionamos.



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Mari Cordeiro é consultora da M&S, consultoria especializada em desenvolvimento humano.

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