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Artesãos de MS podem exportar para a Itália

Contexto Assessoria - 28 de abril de 2005 - 08:56

O artesanato de Mato Grosso do Sul desperta interesse na Europa e pode, em breve ampliar a comercialização para a Itália através do sistema “Comércio Justo”, uma rede que procura valorizar pequenos produtores de países em desenvolvimento, promovendo o crescimento sustentável e a proteção ao meio ambiente. Para avaliar toda a potencialidade do mercado chega em Campo Grande nesta sexta-feira o consultor italiano Stefano Zacchi.

Até o dia 5 de maio serão feitas várias visitas. O consultor é da Cooperativa Ravinala da cidade de Reggio Emilia, Itália, e vai conhecer o artesanato dos municípios de Rio Brilhante (taboa), Caarapó (lã de carneiro), Jardim (osso) e Furnas do Dionísio (estamparia). Na Capital ele visita a Incubadora Zé Pereira (bambu e madeira, osso e chifre, tecelagem, fibras naturais e papel artesanal), a Associação de Artesanato de Mato Grosso do Sul (Artems) e o Sindicato de Artesãos (Sinarte).

O “Comércio Justo” nasceu na Europa na década de 60 e obedece a critérios básicos de comercialização como à justiça social, transparência, preço justo, solidariedade, desenvolvimento sustentável, respeito ao meio-ambiente, promoção da mulher, defesa dos direitos das crianças, transferência de tecnologia e valorização do indivíduo. Na Europa cerca de 4.500 lojas vendem os produtos do “Comércio Justo”. Os consumidores dos países do primeiro mundo estão cada dia mais conscientes, e dispostos a pagar mais por produtos que são produzidos sem agredir o meio-ambiente e que respeitam os direitos humanos.

No Brasil a Cooperativa Ravinala já comprou artesanato do Pará, Bahia, Maranhão, Piauí, Ceará, Paraíba, Minas Gerais e São Paulo. O contato é feito através dos Sebraes estaduais, Ministério do Desenvolvimento Agrário e da empresa Multi Expressão Consultoria e Mercado Ltda, de Fortaleza. De acordo com o Ministério do Desenvolvimento Agrário, somente neste ano já foram exportados três containeres de produtos artesanais desses Estados, somando um total de 400 mil reais em vendas. Dentre os produtos exportados os que mais se destacam são: móveis, cerâmica, redes, confecções, areia colorida, pentes e escovas para cabelo, confecções com algodão orgânico, e outros.

Segundo a técnica do Sebrae Ana Carla Albuquerque de Oliveira, Stefano conheceu o trabalho que é desenvolvido pelo Sebrae/MS com os artesãos através de um catálogo que ela entregou a um consultor internacional em Comércio Justo do Ministério do Desenvolvimento Agrário, quando participou de um encontro da Associação Internacional de Comércio Justo (IFAT), que aconteceu em 2004 no Rio de Janeiro. “Essa visita deve abrir um novo canal de comercialização para o setor de artesanato, e com certeza vai melhorar a renda e a qualidade de vida dos artesãos”.

A cooperativa foi criada em 1987 para comercializar na Europa os produtos dos artesãos de Madagascar, mas, com o aumento da demanda comercializa produtos do Líbano e recentemente do Brasil.

“No início a Ravinala pensava em trabalhar apenas com o Nordeste porque é uma região mais carente, mas abriu espaço para outros Estados. Agora vamos conhecer a realidade de produção do artesanato de Mato Grosso do Sul e tentar fazer negócios”. O consultor lembra que para a comercialização dos produtos é necessário que haja uma associação, cooperativa ou uma empresa formada que atenda as exigências do “Comércio Justo”. “Vou visitar os projetos e conhecer a peculiaridade de cada peça, saber como é produzida, se não há trabalho infantil e quais são as condições em que os artesãos trabalham, e ai ajudá-los na conquista de mercado”.



Mais informações pelos telefones (67) 325-4113 ou (67) 325-4119

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