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Após 12 anos mãe e filha se reencontram na capital

Jefferson da Luz, Campo Grande News - 14 de novembro de 2008 - 07:15

Minamar Junior
Minamar Junior

No fim da tarde de ontem uma rara cena de alegria foi protagonizada na Cepol (Centro de Polícia Especializada da Capital). O reencontro de mãe e filha. Vanda Lopes Santos Tadache (34) não via a filha Stefani Lopes Santos Tadache (15) há mais de 12 anos. Antes do encontro a mãe fazia uma previsão de como estaria a filha, que deixou aos três anos de idade. “Acho que ela deve ser mais alta do que eu, mas deve estar muito parecida comigo”, previa.

Tudo começou há alguns meses, quando Stefani, incentivada pelo marido, Wellington Moraes da Silva (24), foi à Polícia Civil para procurar da mãe. “Eu achava que era muito importante que ela soubesse um pouco melhor sobre quem é ou era a mãe dela. Nós tínhamos a informação de que ela já estava morta. Então disse para a Stefani ir atrás mesmo assim. E foi o que ela fez”, lembrou Wellington.

Vanda conta que teve de deixar a filha com uma família em Campo Grande, pois ela não tinha condições de cuidar da criança. “Eu pensei que aquela família poderia dar uma boa educação para minha filha, já que eu não tinha condições e ninguém me apoiava. Eu morava na casa de outras pessoas”, relatou.

Depois de deixar Stefani com a família, que morava na Vila Nhá Nhá, Vanda foi para Caarapó, onde se casou. Decidida a reencontra a filha ela voltou para Campo Grande, mas a família já havia se mudado sem deixar endereço para contato. “Depois disso fui para Naviraí, mas voltei aqui mais duas vezes para procurar Stefani. Mas não a encontramos”, detalhou.

O encontro - Assim que viram uma a outra, mãe e filha deram um longo abraço. Não demorou para que as lágrimas fossem vistas escorrendo pelos rostos delas. “Eu só quero que ela me perdoe. Uma mãe não pode deixar um filho, nem que ela esteja nas piores condições”, disse Vanda. “É claro que eu te perdôo. Se te procurei é porque um já tinha te perdoado”, respondeu a filha em lágrimas.

Stefani esclareceu que, depois de deixar a Vila Nhá Nhá, a família que a adotou se mudou para o bairro Tijuca, e posteriormente para a cidade de Rio Negro. Hoje, eles vivem em Nova Alvorada. Ela veio a Campo Grande especialmente para reencontrar a mãe.

“No dia-a-dia a gente só vê bandido e gente brava passando por esses corredores da Cepol. Mas hoje, a gente vê alegria. E nós, da Pólicia Civil, nos sentimos gratificados com estes reencontros”, disse o delegado Luiz Carlos Rodrigues da Silva, titular da Cepol.

Somente neste ano, no Estado, foram registrados 950 casos de desaparecimento. Em Campo Grande 413, sendo que deste total apenas 60 restam para serem esclarecidos. Segundo o delegado, o principal motivo que leva a pessoa a desaparecer é desentendimento com a família.

“Eu nem imaginava que a Polícia podia me ajudar em achar minha mãe. Sou muito grata aos policiais que nos colocaram juntas de novo”, disse Stefani lembrando que agora vai fazer muitas viagem para Caarapó para recuperar o tempo perdido.

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