Geral
Anestesia geral aumenta tolerância à isquemia
O estudo foi publicado no The Journal of The American Society of Anesthesiologists
Charles Collard e colegas do departamento de anestesiologia da Bayor College of Medicine, no Texas, publicaram o artigo intitulado, em português, Contribuições da anestesiologia para o tratamento cirúrgico de doenças cerebrovasculares: o papel de Arthur S. Keats, M.D., em abril de 2008, no The Journal of The American Society of Anesthesiologists. A pesquisa dos autores investigou o aumento da tolerância à isquemia cerebral, produzida por anestesia geral durante oclusão temporária da carótida.
O grupo experimentou aplicar anestesia geral em 56 pacientes consecutivos, submetidos à endarterectomia de carótida. Eles foram induzidos a fórmulas intravenosas padronizadas: tiopental (100-400 mg), atropina (0,2 mg) e sucinilcolina (40-80 mg). O ciclopropano foi usado como apoio nos casos de hipercapnia e hipertensão. Todos os pacientes toleraram a oclusão da carótida por períodos de até 30 minutos durante a anestesia geral, sem extravasamentos, passagens secundárias ou hipotermia. Com a exceção de um, aparentemente os eletroencefalogramas dos pacientes não detectaram evidências de isquemia cerebral durante a oclusão. Nenhum paciente teve seqüela neurológica no pós-operatório e 20% daqueles que tiveram suas artérias obstruídas no pré-operatório por 30 a 60 segundos, sem anestesia geral, sofreram convulsões.
Para os autores, os dados sugerem que a anestesia geral aumentou a tolerância à isquemia. Possíveis mecanismos envolvidos seriam o declínio da velocidade metabólica cerebral por oxigênio, o aumento da vazão no sangue cerebral da hipercapnia, a elevação da tensão do oxigênio arterial e o recrutamento de novas rotas da circulação colateral, sugerem no artigo.
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