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Anemia atinge mais meninas com baixa maturação sexual

Agência Notisa - 25 de agosto de 2004 - 13:12

Conforme o adolescente se desenvolve sexualmente, há uma tendência ao aumento do nível de hemoglobina – substância vermelha do sangue responsável pelo transporte de oxigênio para todos os tecidos e órgãos do corpo. É o que sugere um estudo realizado por Ana Maria Gambardella, Maria Fernanda Frutuoso e Bianca Iuliano, do Departamento de Nutrição da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP). Os resultados do trabalho foram publicados na Revista de Nutrição, na edição de janeiro-março de 2004.

O objetivo das pesquisadoras era determinar a prevalência de anemia entre adolescentes em diferentes estágios do desenvolvimento sexual. Elas consideraram que um quadro de anemia se caracterizava por uma taxa de hemoglobina inferior a 12 gramas por decilitro. De acordo com os resultados da equipe da USP, no caso das meninas, a prevalência de anemia tende a ser maior entre as que se encontram em estágios mais baixos de maturação sexual. Isso pode ser exemplificado pelo fato de o valor médio de hemoglobina das adolescentes que ainda não tinham menstruado pela primeira vez ser ligeiramente menor que o das outras garotas.

Ana Maria, Maria Fernanda e Bianca investigaram cerca de 120 alunos de quinta a oitava série de uma escola particular de São Paulo. Os estudantes, baseados em fotos que representavam as cinco etapas do desenvolvimento sexual de adolescentes, fizeram uma auto-avaliação – através do preenchimento de questionários – do seu estágio de maturação, levando em conta características dos pelos pubianos, do pênis, no caso dos rapazes, e das mamas, no caso das meninas. Além disso, por meio de uma espetadela na ponta do dedo, colheu-se uma gota de sangue dos participantes para a análise do nível de hemoglobina.

Todos os alunos da escola foram convidados a participar da pesquisa, mas pouco mais de 20% deles aceitaram. De acordo com Ana Maria e sua equipe, o percentual elevado de recusas poderia ser explicado pelo receio quanto à punção do sangue ou pelo constrangimento de fazer uma avaliação do próprio desenvolvimento sexual.

Cerca de 11% dos adolescentes estudados estavam anêmicos. “Estudos com adolescentes observaram hábitos alimentares inadequados, havendo preferência pelo consumo de lanches e de produtos alimentícios com excesso de açúcares e gorduras, em detrimento de alimentos ricos em vitaminas e minerais, comprometendo seu crescimento e aumentando o risco do desenvolvimento de anemia e outras carências nutricionais, sobretudo na fase púbere”, dizem as pesquisadoras no artigo. “As principais conseqüências da anemia para o organismo são fadiga, retardo do crescimento e do desempenho cognitivo, diminuição da imunidade e da capacidade de trabalho, além de afetar o aprendizado e o rendimento escolar da população acometida”, afirmam também. “Especialmente entre adolescentes do sexo feminino, a orientação alimentar e a fortificação de alimentos podem constituir intervenções fundamentais para diminuição da incidência de anemia”, recomendam

Agência Notisa (jornalismo científico - scientific journalism)

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