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Geral

"André foi leviano", diz presidente da Fetems

24 de novembro de 2008 - 14:38

As declarações feitas por André Puccinelli (PMDB), na sexta-feira (21), em Brasília, intensificam o clima de animosidade entre o governador e os representantes dos educadores. Após reunião, no STF (Supremo Tribunal Federal), com o ministro Joaquim Barbosa, Puccinelli chamou os professores de vadios por quererem mais tempo de planejamento. O presidente da Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul), Jaime Teixeira, considerou que o governador foi leviano ao fazer essa declaração. Puccinelli também disse que os professores podem planejar suas aulas, com facilidade, com ajuda do “Google” (site de buscas) e teceu, em tom de ironia, comparações entre o trabalho do professor e o do médico.

Perguntado por um jornalista sobre a possibilidade de greve dos professores, caso o piso não seja implantado, Puccinelli respondeu não acreditar nisso e emendou com o relato de uma “provocação”, que fizera a amigos da área da Educação. “Pela intimidade que eu tenho com eles, eu disse: ‘vocês não vão ficar com horas a mais de vadiagem, vão ficar só com dez horas de vadiagem’”, contou Puccinelli.

O governador André Puccinelli reforçou a qualificação de “vadios”, atribuída aos professores, com outras declarações. Ele argumentou ser demasiado o tempo para o planejamento (de um terço da carga horária), previsto pela Lei Federal 11.738, apelando para uma situação própria da área médica. “Eu fui cirurgião de trauma. Aí um doido te atropela, foge, você está sangrando e entra em choque. Eu vou planejar 13 horas como fazer a cirurgia?”, questionou. “Não tem necessidade de aumentar horas de planejamento e diminuir o essencial, que é ensinar o aluno. O que precisa é dar aula para a gurizada”, completou o governador.

Puccinelli também subestimou a importância das horas para o planejamento, afirmando que os professores, com a ajuda da tecnologia, já não precisam despender muito tempo para preparar aulas. “Há 30 anos atrás quando não tinha internet, não tinha Google [site de buscas], não tinha tanta modernidade, os professores planejavam e tinham que pesquisar em livros. Hoje você entra no Google e o professor de Geografia passa a aula com maior tranqüilidade”, disse.

Mesma moeda

As declarações do governador revoltaram a categoria dos professores, afirmou o presidente da Fetems Jaime Teixeira. “Ele foi leviano em rede nacional quando disse que os professores querem mais tempo para vadiagem. Além de leviano, ele mostrou que não conhece a realidade da educação”, afirmou.

Teixeira devolveu a declaração de Puccinelli no mesmo tom, citando recente viagem feita pelo governador para a Itália. “Da mesma forma que ele [André Puccinelli] acha que o planejamento é vadiagem, quem é leigo pode achar também que a viagem que ele fez para a Itália é vadiagem”, disse o sindicalista.

Os representantes dos professores e o governador têm reunião agendada para o dia 28 deste mês. Em princípio, a pauta do encontro é a estimativa do impacto, para os cofres do Estado, da aplicação da Lei 11.738.

Pelos cálculos da Fetems, a implantação da lei gera impacto no Orçamento em cerca de R$ 3 milhões mensais, em razão da mudança salarial e da contratação aproximada de 1.900 professores. Teixeira afirma que a previsão orçamentária para a Educação, em Mato Grosso do Sul, é de R$ 1,039 bilhão. Nesse sentido, o acréscimo na folha salarial representaria 3,7% do valor destinado para a Educação.







Osvaldo Júnior - Midiamx

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