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Geral

André de Soveral

Redação - 03 de outubro de 2019 - 09:00

André de Soveral e seus companheiros, vítimas das chacinas de Cunhaú e Uruaçu, são os primeiros mártires genuinamente brasileiros. Quando participava da missa dominical na Capela Nossa Senhora das Candeias, no Engenho Cunhaú, município de Canguaretama, no Rio Grande do Norte, ele e mais 70 colonos foram barbaramente assassinados por índios potiguares e por 200 soldados holandeses calvinistas, que não admitiam a prática da religião católica. André de Soveral estava presidindo a Eucaristia quando, após a consagração, Jacob Rabe, um alemão a serviço dos holandeses, mandou fechar todas as portas da igreja e deu início à carnificina. As cenas que se seguiram foram de grande atrocidade. Os fiéis foram tomados de surpresa, porém mesmo sabendo que seriam mortos, permaneceram em oração, animados pelo Padre Soveral que rezava o ofício da agonia e os exortava a não renegarem a fé cristã. Completamente indefesos, foram covardemente assassinados. Três meses depois, mais 80 pessoas foram mortas pelos calvinistas e, entre estas, o camponês Mateus Moreira que teve o coração arrancado pelas costas, enquanto repetia a frase: “Louvado seja o Santíssimo Sacramento”. Novo ataque de índios potiguares, sempre sob o comando de Jacob Rabe, não demorou a acontecer. Um grupo de colonos foi surpreendido por holandeses que ordenaram que eles se despissem e se ajoelhassem. Em seguida, índios que estavam emboscados, saíram do mato e cercaram os indefesos colonos que foram cruelmente sacrificados. Os que sobreviveram tiveram arrancados os olhos, as línguas, e outras partes do corpo pelos índios tapuias e potiguares. Os mártires do Rio Grande do Norte foram beatificados pelo Papa João Paulo II no dia cinco de março de 2000.

Hoje, nesse nosso mundo onde não são poucos os que se fecham à verdade do Evangelho e usam o nome de Deus para explorar, odiar e matar, André de Soveral e seus companheiros mártires, que num passado não muito distante foram vítimas da intolerância religiosa, nos sugerem algumas reflexões sobre o escândalo que é a divisão dos cristãos: É necessário que conheçamos as riquezas de nossa fé e as razões de nossa esperança, mas que também busquemos conhecer e respeitar as riquezas e realidades das outras Igrejas. Sobretudo é necessário compreender que mais importante que pertencer a esta ou aquela denominação religiosa, é pertencer a Cristo. É ele que nos une e nos faz irmãos.

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