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Ajudante de pedreiro concilia trabalho e estudo e sonha em ser farmacêutico

Campo Grande News - 01 de maio de 2015 - 18:02

Para o ajudante de pedreiro Gilmar Catarino da Costa, 24 anos, trabalho significa sair da zona de conforto, arregaçar as mangas e correr atrás dos sonhos em busca de melhores oportunidades. Exemplo para quem pensa que não vale a pena, enfrenta jornada de oito horas diárias embaixo de sol, encontra disposição para fazer curso profissionalizante de noite e sonha com a faculdade.

“Sou eu mesmo que pago meu curso. Estou tentando entrar na área da saúde. No momento, estou cursando atendente de farmácia e mais para frente quero fazer curso superior na área”, comenta.

Ele vivia em Camapuã, a 133 km de Campo Grande. Deixou ex-mulher e o filho, migrou para a Capital só com a roupa do corpo e começou a trabalhar como vigia, não tinha sequer carteira assinada. Na área da construção civil, é autônomo e não falta serviço. A última obra foi concluída na quarta e segunda já começa outra.

“Nem sempre dá para fazer tudo. O que eu ganho é pouco, mas eu estou fazendo o curso para ver se eu melhoro meu futuro e mando dinheiro para meu filho. Eu sempre fui muito batalhador. Eu vou de ônibus para a escola, como sou autônomo, não tenho benefício nenhum. Tudo sai do meu bolso. Não recebo ajuda alguma do governo”, comenta.

Ele conseguiu se matricular graças a uma promoção de uma escola de capacitação divulgada pela rádio. Gilmar não só encontra tempo para estudar, como faz isso com muito gosto. “Tempo, sempre sobre a noite para estudar. Às vezes o cansaço bate, mas quando a gente quer crescer e ser alguém, tem ânimo”, diz.

Para quem está buscando incentivo para começar, o ajudante de pedreiro que será farmacêutico algum dia dá o recado.

“Se quiser ter algum objetivo na vida, segue firme e não desista nunca. Nos dias de hoje não está fácil para a gente conseguir o que quer, então tem que ter força de vontade. Tem que seguir com fé, com força, tem que ter objetivo. Tem que fazer planos e colocá-los na frente”, conclui.

Quando vale – Para quem ainda não se convenceu, a consultora de desenvolvimento humano e organizacional Lidiane Miquilini explica os valores agregados profissionalmente para quem deseja subir na vida. Com uma pesquisa sobre o mercado de trabalho regional em mãos, mesmo sem poder dar muitos detalhes, fala em valores quanto se ganha em média conforme o nível de estudo.

“Hoje, um técnico está com um faturamento médio de R$ 1 mil a R$ 1,5 mil. Com graduação, a média de mercado em geral, contando tanto estabelecimentos públicos como privados, gira em torno de R$ 2,2 mil a R$ 2,7 mil. As empresas mais agressivas chegam a R$ 3,2 mil no mercado local”, afirma.

No entanto, ela alerta que terminar um curso ou uma especialização não significa que a pessoa irá aumentar a renda de imediato. Há dois caminhos: ou corre atrás de empregos melhores ou espera surgir uma oportunidade dentro da própria empresa. “Você tem que estar pronto, a não ser que a empresa tenha esse tipo de programa de carreiras. Tem que saber aguardar”, conclui.

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