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Aids: estudantes do ensino médio têm bom conhecimento

Agência Notisa - 30 de novembro de 2004 - 16:21

De acordo com estimativas do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (UNAIDS), no ano de 1999, 15 mil pessoas foram infectadas pelo HIV — vírus da Aids — por dia em todo o mundo, sendo que 50% delas tinham menos de 24 anos de idade. No Brasil, estimativas indicavam que meio milhão de pessoas estavam infectadas pelo HIV em 2000. Outros dados apontam a cidade do Rio de Janeiro como a que apresenta o segundo maior número absoluto de casos, no Brasil, com os adolescentes e jovens representando 13% desses casos. Como a população jovem ocupa um lugar de destaque no que se refere à quantidade de pessoas infectadas pelo vírus, pesquisadores da Fundação Técnico-Educacional Souza Marques, da Universidade Gama Filho e da Universidade Federal do Rio de Janeiro, realizaram um estudo com estudantes do segundo grau.

Segundo artigo publicado na edição de jan./fev. de 2003 da revista Cadernos de Saúde Pública, o objetivo da pesquisa foi o de verificar o conhecimento dos estudantes sobre doenças sexualmente transmissíveis, em particular a AIDS, analisar seu comportamento sexual e investigar como eles obtêm informações sobre o assunto. Para tanto, os pesquisadores aplicaram um questionário anônimo a 945 estudantes de quatro escolas particulares e seis escolas públicas, localizadas em diferentes locais da cidade. Eles também fizeram perguntas sobre as características sócio-demográficas dos alunos.

A equipe afirma que 53% dos estudantes eram do sexo feminino e 47% do sexo masculino, com média de idade de 16 anos. Cinqüenta e quatro por cento eram de escola particular e 46% de escola pública. A maior parte possuía renda familiar mediana. Com relação ao conhecimento dos alunos sobre doenças sexualmente transmissíveis, os pesquisadores constataram que todos os alunos já tinham ouvido falar de Aids, 89% tinham conhecimento sobre gonorréia, 65% sobre sífilis e apenas 63% sobre herpes genital. Sobre Aids, os estudantes demonstraram ter mais informações, ou seja, um conhecimento satisfatório.

Entretanto, a equipe observou várias atitudes de risco com relação ao comportamento sexual dos secundaristas. “Apesar de 94% terem declarado saber que a camisinha protege contra a transmissão da AIDS, apenas 34% afirmaram usar camisinha sempre”, dizem os pesquisadores no artigo. Além disso, dos que relataram já ter tido relações sexuais com homens ou mulheres de programa, 19% confessaram não ter usado o preservativo. Para a equipe, o menor uso do preservativo está relacionado a três fatores: baixa renda familiar, falta de aulas sobre o assunto na escola e ausência de diálogo com os pais. Em contraste, dos alunos que relataram ainda não ter tido relação sexual, 79% afirmaram que têm a intenção de usar camisinhas no futuro. O meio mais comum de obtenção de informações sobre o assunto foi a televisão (97%).

Para aumentar a conscientização dos alunos, os cientistas ressaltam a importância da informação e do diálogo aberto entre pais e filhos e entre os estudantes e suas escolas. “O currículo dos colégios deve incluir educação sexual formal”, sugerem no artigo. E acrescentam: “os programas de educação sexual, que têm por objetivo encorajar práticas seguras de sexo, devem atingir, também, adolescentes de baixa renda”.

Agência Notisa (jornalismo científico - science journalism)

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