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Agentes de saúde ajudam a combater violência doméstica

Campo Grande News/ Ricardo Campos Jr. - 19 de novembro de 2010 - 16:44

Para combater um problema grave, mas escondido entre quatro paredes, 720 agentes comunitários de saúde receberam treinamento para identificar os casos e orientar as vítimas de violência doméstica.

Na manhã desta sexta-feira houve o encerramento da formação na arena do Horto Florestal com a entrega de certificados e uma confraternização.

Também foram capacitados servidores que atuam nos Cras (Centros de Referência em Assistência Social), Creas (Centros de Referência Especializada em Assistência Social), CCI (Centro de Convivência do Idoso) e Cetremi (Centro de Triagem a Apoio ao migrante).

Os agentes de saúde, a partir de agora, assumem papel fundamental no combate à violência doméstica. “Eles são o elo entre o poder público e a comunidade”, afirma uma das consultoras da capacitação Waleska Sanches Daves.

“O principal não é o que a mulher tem que fazer, mas ajudar as mulheres a terem autonomia para enfrentarem a situação”.

Para a coordenadora municipal de Políticas Públicas para a Mulher Tai Loschi, o objetivo central da capacitação foi “Fazer com que a rede de enfrentamento esteja cada vez mais forte”.

Ajuda- Durante o trabalho, os agentes comunitários de saúde passam por diversas situações nas regiões em que atuam. Norma Sueli Gonçalves, 45 anos, por exemplo, conta que já se deparou com situações de violência durante as visitas,

“Às vezes criam situações constrangedoras. Nunca presenciei agressões físicas, mas verbais já”, conta a agente de saúde.

Com o tempo acaba-se criando certa facilidade para identificar os casos. “Como eu já vou há muito tempo na área consigo ter uma sensibilidade”, conta.

Já Lea da Conceição Ribas, 57 anos, que apesar de atuar em um dos CCI, já vivenciou casos bem mais graves, ainda que fora do local de trabalho. Apesar disso, ela conta que faz parte do trabalho dela auxiliar a comunidade.

Ela conta que certa vez presenciou uma mulher jogar querosene no corpo para cometer suicídio.

Lea diz que sabia que a mulher era vítima de violência doméstica. “O cheiro era fortíssimo. Ela apanhava do marido”. Lê disse que junto com outras pessoas conseguiu impedir o ato.

Em outras situações, a solução veio de forma bem mais fácil. “Tinha uma menina que namorou durante 7 anos, mas casou nova. Ela foi vítima de violência, mas trabalhava em um hospital, era estudada e conseguiu sair de casa” relata Lea.

Agora, após ter recebido a capacitação, ela diz ter mais subsídios para ajudar a essas mulheres. “Agora eu vou muito mais longe, tanto na minha vida particular como na minha ajuda à sociedade”.

A formação dos agenes incluiu palestras e rodas de discussões onde casos como esses foram apresentados e debatidos. Após, as instrutoras orientaram a respeito de como agir diante das mais variadas situações.

Um material educativo foi elaborado e distribuído entre os agentes.

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