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Aftosa: Central de Selagem de Vacinas otimiza logística

Famasul Notícias - 30 de agosto de 2005 - 15:23

O controle da qualidade e da rastreabilidade de mais de um milhão de doses de vacinas contra febre aftosa produzidas no Brasil diariamente são as principais atribuições da Central de Selagem de Vacinas (CSV), órgão constituído em parceria entre o Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal (Sindan) e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Mas não a única. A CSV também garante que o produto, altamente perecível, chegue aos locais mais distantes do País com qualidade assegurada e que seja autêntico.

Com essas funções, a CSV está na base do sucesso da campanha oficial de vacinação contra a febre aftosa, cuja eficácia colabora decisivamente para o aumento das exportações brasileiras de carne bovina.

Criado em 1998 pela Instrução Normativa 229, a Central de Selagem de Vacinas centraliza em 100% a distribuição das vacinas utilizadas nas campanhas oficiais do MAPA. Ou seja, passam pela CSV todos os frascos de vacina contra febre aftosa e raiva dos herbívoros produzidos no Brasil, antes de chegarem aos pecuaristas, os consumidores finais. Também é na Central onde são coletadas amostras dos lotes para testes nos laboratórios oficiais do governo. Estes, depois de aprovados, recebem selo holográfico de qualidade que permite reconstituir a trajetória do produto: da fábrica até o balcão da revenda.

Com todas essas medidas, o Programa Nacional de Erradicação da Febre Aftosa (PNEFA) ganhou agilidade e ampliou sua credibilidade. “Hoje é perfeitamente possível estimar com precisão a comercialização de vacinas nos estados. O sistema também facilitou o trabalho dos profissionais do MAPA, que fiscalizam a vacina produzida em diversos laboratórios em um único local”, afirma o presidente da Coordenação para Assuntos de Febre Aftosa do Sindan, Mário Eduardo Pulga.

A fiscalização das vacinas contra febre aftosa conta ainda com o amparo de um duplo controle de qualidade. O primeiro deles é realizado pelos laboratórios fabricantes. O segundo é feito pelo Laboratório Nacional Agropecuário (LANAGRO), de Porto Alegre (RS). Amostras dos lotes de vacinas são coletadas na Central e encaminhadas para o laboratório para testes. Somente após o aval do LANAGRO, os lotes seguem para aposição de selo holográfico resistente ao frio – do mesmo tipo utilizado na confecção das notas de Euro. Os lotes rejeitados são encaminhados automaticamente para incineração.

Somente após essa certificação de origem e qualidade as vacinas são distribuídas para o mercado. O ponto de partida é a cidade de Vinhedo (SP), onde fica a Central de Selagem de Vacinas. Durante todo o processo, o produto permanece refrigerado em um armazém, com temperatura controlada entre 2ºC e 8ºC. A preocupação com a manutenção da temperatura se estende aos caminhões. Quando eles não são refrigerados, as vacinas são transportadas em caixas de isopor com gelo, validadas por pesquisadores da Unicamp especialmente para manutenção da temperatura ideal por até 36 horas.

Todos estes cuidados com a qualidade e a conservação da vacina contra febre aftosa são necessários para mostrar ao mundo a preocupação do Brasil com a prevenção da doença. Afinal, a aftosa é a maior ameaça ao desempenho da carne brasileira no mercado internacional. O embargo russo determinado entre setembro’04 e abril’05 talvez seja o exemplo mais claro dos riscos envolvidos. Por conta de dois focos de aftosa registrados no Pará e Amazonas, no ano passado, a Rússia proibiu a entrada de carne bovina brasileira. E mais: Santa Catarina, estado livre de aftosa sem vacinação, foi proibido de exportar carne de frango e suínos para os russos. Até a soja brasileira sofreu com os focos de aftosa: a Indonésia proibiu durante um período a importação do produto brasileiro por conta dos focos, embora não houvesse razão técnica que justificasse a medida.

O Brasil tem registrado expressivos progressos no combate a esta enfermidade. Hoje, 88% do rebanho bovino (de cerca de 195 milhões de cabeças) encontram-se em regiões livres da febre aftosa com vacinação. Além disso, na última década a comercialização de vacinas cresce ano após ano. Em 2004, o Brasil consumiu cerca de 348 milhões de doses; este ano o Sindan estima ultrapassar este número.

“Todos estes avanços também são conquistas dos produtores brasileiros, que estão cada vez mais conscientes da gravidade do problema. O custo econômico de um foco de febre aftosa é impressionante Mas, além disso, há um imenso custo social. Uma região atingida por surto da doença sofre uma série de medidas proibitivas. Além dos animais, que não podem ser transportados, o trânsito de pessoas e até de outros produtos fica proibido”, completa Mario Pulga.

Autor:
Texto Assessoria

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