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Acordo garante afrouxamento de barreiras à carne de MS

Graciliano Rocha / Campo Grande News - 14 de outubro de 2005 - 16:33

Depois de quase cinco horas de negociação, o governo federal e catorze dos 15 estados que levantaram embargos a Mato Grosso do Sul fecharam um acordo para a liberar a carne produzida no Mato Grosso do Sul que está fora da área de contaminação da febre aftosa. O Mato Grosso do Sul foi representado pelo secretário Dagoberto Nogueira (Produção e Turismo).

Pelo acordo, a carne maturada sem osso (bovinos, caprinos, ovinos e suínos), leite pasteurizado, seus derivados e peles de couro, produzidos fora da zona do foco podem ser negociados nos demais Estados. A proibição fica restrita apenas aos municípios de Eldorado, Iguatemi, Itaquiraí, Mundo Novo e Japorã.

A decisão traz alívio aos produtores do Estado e atende a proposta feita ontem pelo governador Zeca do PT de criar uma “zona tampão”, restringindo o embargo apenas aos cinco municípios da região onde está o foco. Ontem, São Paulo – o principal destino da carne de MS – impôs novas regras, que vetavam a entrada em seu território da carne produzida em todo o MS. Agora, deverá rever a decisão e amenizar as barreiras.

No caso do transporte de animais vivos, a liberação vai depender de protocolos entre os Estados e o Mato Grosso do Sul. O ministério irá orientar os trabalhos. O único a se recusar a entrar no entendimento foi Santa Catarina. O estado é considerado área livre de aftosa sem vacinação.

A reunião também teve um tom político. Antes de negociar a suspensão das barreiras, os secretários estaduais atacaram as declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em Portugal, sobre a responsabilidade pela sanidade do rebanho ser do pecuarista e não do governo.

O ministro Roberto Rodrigues (Agricultura) não participou da reunião, mas adotou um tom conciliador. Em Piracicaba, no interior de São Paulo, ele deu uma entrevista onde voltou a afirmar que faltaram recursos para a defesa sanitária, mas disse que a responsabilidade pelo foco deve ser compartilhada entre governo e produtores.

O secretário de Agricultura de Goiás, Roberto Balestra é forte candidato a autor da declaração mais sincera – também de gosto mais duvidoso – desde que estourou a crise da aftosa na segunda-feira.

Balestra disse que o Estado está "eufórico com o foco de Eldorado, porque Goiás poderá exportar mais com o embargo imposto à importantes Estados que comercializam carne no mercado externo. Fizemos o dever de casa e seremos recompensados por isso".

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