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Acessibilidade ainda é desafio para 11,9 mil eleitores com deficiência

Correio do Estado - 02 de agosto de 2018 - 10:40

Mato Grosso do Sul tem 1.877.982 eleitores aptos a votar, dos quais 6,5% são deficientes, o que representa 11.945 cidadãos. Com a aproximação do pleito eleitoral, realizado no dia 7 de outubro, uma preocupação recorrente é motivo de reclamação para o público, já que as 2.208 seções em funcionamento na Capital não estão totalmente adaptadas para receber pessoas com necessidades especiais ou que tenham algum tipo de deficiência.

Os números foram atualizados e divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), nesta quarta-feira (1º de agosto), sendo que o total destes eleitores possuem os seguintes tipos de deficiência: 5.840 pessoas com deficiência de locomoção, 1.916 com deficiência visual, 1.247 deficiência auditiva, dificuldade para exercer o voto, 206 pessoas e outros, 4.495 pessoas.

Na avaliação da presidente da Associação de Mulheres com Deficiência de Campo Grande (AMDEF), Mirella Tosta, apesar de melhorias estruturais construídas para proporcionar acessibilidade aos cidadãos, falta mudar a questão cultural da sociedade.

"A maior parte do que é feito no quesito acessibilidade é 'mais ou menos', ou seja, para cumprir tabela. Verificamos locais que colocam uma rampa e acreditam que estão oferecendo condições para que as pessoas com deficiência de locomoção, por exemplo, transitem. O que nós queremos é autonomia pra ir e vir, como qualquer cidadão", reforça.

Mirella destaca que a falta de acessibilidade não é sentida somente no período de eleições, mas diariamente. "Gosto de utilizar um jargão popular da minha mãe, vivemos uma 'luta sem quartel'. Muitos deficientes enfrentam a limitação de acesso dentro da própria casa, então é definitivamente uma questão de educação e cultura", complementa.

SEÇÕES ELEITORAIS

Mato Grosso do Sul tem 367 escolas estaduais que funcionam como seções eleitorais no período de votação, deste total, mais de 200 foram reformadas e contam com acessibilidade, informou a assessoria da Secretaria Estadual de Educação (SED). No entanto, em Campo Grande que soma pelo menos 120 unidades, uma das escolas apresenta problemas de acessibilidade que foram apontados por um eleitor cadeirante.

Trata-se da escola estadual Sebastião Santana de Oliveira, na qual os eleitores que necessitam de espaços adaptados enfrentam situações de desconforto. É o caso do servidor público, Nelson Tosta, 57 anos, que durante muito tempo morou no bairro e mesmo após ter mudado para o Santo Amaro não transferiu o título, pois, aproveita para visitar amigos e as filhas adultas que continuaram a mora na localidade.

"Que eu me lembre, de quatro eleições para cá que construíram uma rampa, porém, com problemas estruturais e fora dos padrões previsto em legislação. Quando adentramos a instituição comprovamos que a acessibilidade se restringe à entrada, pois, para passar de um bloco para outro é preciso tranpor escadas e não consigo fazer essa ação sozinho", observa.

No entendimento de Tosta, ainda há muita falta de boa vontade do poder público em melhorar as condições estruturais e cita como exemplo, um programa do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) que prevê a transferência do local de votação para eleitores com deficiência ou dificuldade de locomoção.

 "Aqui surge outra dificuldade, pois, o prédio mais bem localizado e com melhor acessibilidade, principalmente para cadeirantes, é a sede do Sebrae/MS na avenida Mato Grosso. Porém, muitos eleitores necessitam utilizar duas conduções (adaptadas) para chegar no endereço. Na minha opinião é falta de interesse que precisa ser tratado com mais atenção", finaliza.

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