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A nossa "Flor nacional”: Propriedades do Ipê amarelo

Rita C. Sousa Polezzi, Anamari V. A. Motomyia - UEMS - 09 de setembro de 2004 - 15:06

Fotos: Rodovia MS 306, Cassilândia, 07/09/2004
Fotos: Rodovia MS 306, Cassilândia, 07/09/2004

São vários os nomes populares para o ipê-amarelo, como por exemplo, ipê-do-cerrado, ipê-do-campo, piúva, caraíba, para-tudo-do-cerrado, claraíba, pau-d’arco, entre outros. Cientificamente pertence ao gênero Tabebuia, incluindo várias espécies afins: T. vellosoi, T. aurea, T. ochraceae, T. serratifolia.
Em 1961, por meio de um projeto aprovado pelo Poder Executivo, foi declarada como a “Flor Nacional”. É uma árvore com poucos metros de altura, de casca grossa e ramos tortuosos, florescendo quase totalmente destituída de folhas. A época de floração é agora, de agosto a setembro. Nesse período essa árvore, que quase não é notada no restante do ano, nos revela uma beleza extraordinária, enchendo-nos de admiração e nos mostrando como a natureza pode nos surpreender. É uma espécie que se adapta a ambiente seco, típica do cerrado brasileiro, sendo encontrada nos estados de Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Distrito Federal, Mato Grosso e Tocantins. Pela grandiosidade dessa pequena árvore, o Estado de Minas Gerais criou uma legislação específica para o ipê-amarelo e aprovou a Lei Estadual nº 9.743, de 15/12/88, que a declara de interesse comum, de preservação permanente e imune de corte. Naquele Estado o ipê está amparado por Lei, e aqui no Mato Grosso do Sul, com a crescente destruição do cerrado, será que o nosso símbolo nacional está sendo integralmente preservado? Sua madeira, quase imputrescível, é bastante procurada. De cerne pesado, pardo-oliváceo, muito resistente e durável, é utilizada para acabamentos na construção civil, em instrumentos musicais, peças torneadas, etc. (Almeida e colaboradores, 1998).
Além de ser uma planta melífera, possuir madeira de qualidade e excelente valor paisagístico, existe no cerne dos ipês uma substância, o lapachol, com várias propriedades farmacológicas, entre elas a de produzir efeito inibidor de tumores malignos (Rizzini & Mors, 1976). A casca é medicinal, amarga, febrífuga, utilizada no combate a úlceras, além de possuir propriedades diuréticas (Barros, 1982). A raiz é utilizada contra gripe e os brotos como depurativo e anti-séptico (Almeida e colaboradores, 1998). Portanto, com tantas qualidades não é por acaso que foi escolhida como símbolo da Pátria e é nosso dever preservá-la.

Referências:
Almeida, S. P., Proença, C. E. B., Sano, S. M., Ribeiro, J. F. Cerrado: espécies vegetais úteis. Embrapa, 1998. 464p.
Barros, M.A.G. Flora medicinal do Distrito Federal. Brasil Florestal, v.12, p.35-45, 1982.
Rizzini, C. T. & Mors, W. B. Botânica Econômica Brasileira. São Paulo: USP, 1976. 207p.

A revista Epoca on line traz informações adicionais sobre o ipê:

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