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A dificil vida do jogador de futebol é mostrada

Amanda Cieglinski , Agência Brasil - 25 de junho de 2009 - 15:48

Brasília - Para a maioria dos jogadores de futebol que trabalham no Brasil, a vida é muito diferente daquela estampada na televisão ou em capas de revista. Mostrar essa realidade que passa longe dos salários milionários era intenção do cineasta Adirley Queiroz, morador da cidade satélite de Ceilândia, no Distrito Federal. Amanhã (26) a população da cidade vai poder assistir à pré-estreia de Fora de Campo, documentário de 52 minutos que narra a história de seis personagens que viveram ou vivem as amarguras e vitórias do universo do futebol.

“O país hoje tem 500 times de futebol, só 40 disputam as séries A e B do campeonato. Ou seja, mais de 90% circulam em um espaço que são os campeonatos regionais, as terceira e quarta divisões, então é um universo muito diferenciado do que a gente vê na televisão. A maioria ganha de um a dois salários mínimos”, explica Queiroz que já venceu o Festival de Cinema de Brasília com o filme Rap, o Canto da Ceilândia.

Fora de Campo foi o vencedor no Distrito Federal do 4º Concurso DOC TV, promovido pelo Ministério da Cultura e a TV Brasil. Em 2010, ele será exibido na programação de emissoras públicas de todo o país. Mas os moradores de Ceilândia vão conhecer em primeira-mão amanhã as história de Bezerra, Maninho, Wlade, Bé, Marquinho Carioca e Paulo da Grécia. É a partir da história deles que a narrativa do documentário é construída.

Com exceção de Maninho, todos são jogadores aposentados que enfrentaram dificuldades depois de deixarem os campos. Bezerra jogou futebol dos 11 aos 33 anos e hoje tem uma banca na Feira de Ceilândia. Assim como ele, a maioria dos ex-atletas precisam encontrar uma nova profissão depois da aposentadoria.

“O futebol brasileiro não 'te' ampara em nada. Se você colheu aquele fruto e conseguiu guardar alguma coisa, você tem, senão fica desemparado. Eu sou de família de comerciantes e fui para frente, mas tenho amigos que morreram no alcoolismo e nas drogas”, conta Bezerra.

O cineasta ressalta que para milhares de jogadores, a vida não tem o glamour vivido por craques da seleção brasileira. “É a vida de um trabalhador que mora em periferia, com os conflitos comuns do cotidiano. O filme é um retrato do futebol na perspectiva do trabalhador, que muitas vezes não recebe o salário em dia, que pagam as suas contas, que pagam aluguel, que pegam ônibus”, explica Queiroz.

Para quem quiser conferir o filme, a sessão será gratuita, a partir das 20h no Sesc da Ceilândia (QNN 27, lote B, área especial, Ceilândia Norte). Mais informações pelos telefones (61) 3379-9586 e 9588.

Edição: Lílian Beraldo

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