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A cronica do Corino: Pobre Corinthians!

Corino Rodrigues de Alvarenga - 18 de setembro de 2007 - 06:32

Salve o Corinthians, o campeão dos campeões...”
Assim inicia o nosso hino. E como campeão dos campeões, o Corinthians é hoje também o campeão da corrupção. Pelo menos em escândalo financeiro e fiscal, o rebuliço é tremendo. “Isso é uma vergonha”, diria Boris Casoy, alfinetando: “É preciso passar o Corinthians a limpo.”
E o lamaçal está justamente no Parque São Jorge? Lugar de lamaçal, onde chafurdam os porcos, não seria o outro parque? Não seria o Parque Antarctica? Não é lá, afinal, que vivem os porcos a chafurdarem na lama?
Pior: o mar-de-lama está bem ali, no clube da Rua São Jorge, número 777.
Quedê o russo endinheirado – e endiabrado – Boris Berezovsky? Quedê o laranja da MSI, Kia Joorabchian? Quedê o gerente do laranjal, Renato Duprat? Quedê os U$ 20 milhões que sumiram dos cofres do Parque São Jorge? Quedê o dinheiro para pagar a Receita Federal? Quedê Alberto Dualibi, o xerife da All Látex? Quedê a polícia?
Alô, Osmar Santos! Chama o síndico! Alô, Fiori Gigliotti, chama a Polícia Federal! Alô, Juca Kfouri, chama o Tuma!
Dá saudade do eterno Vicente Matheus, que, mesmo com as trapalhadas da fiel esposa Marlene, sempre amou o Corinthians e nunca precisou do dinheiro do clube para se enriquecer.
Vicente Matheus não sabia escrever “sessenta”, mas mandava preencher dois cheques de trinta. Vicente Matheus entendia que o futebol é uma “faca de dois legumes”. Vicente Matheus teria feito agradecimento “à Antactica por ter mandado para nós essas Brahmas...” Vicente Matheus cometia gafes, é verdade. Vicente Matheus era
folclórico. Mas nunca se soube de uma notícia sequer de que Vicente Matheus tenha roubado o Corinthians.
Agora está aí: o Corinthians endividado, sem craques para defender suas cores alvinegras, está sem perspectivas, salários atrasados, torcida sem esperança, o Parque São Jorge com os refletores apagados e o que dona Fiel vai fazer domingo no Pacaembu? Passar mais um vexame? O que a Gaviões vai fazer no Morumbi? Ver o time
tomar uma goleada?
Só espero que, mesmo diante de tudo isso, tenhamos vergonha na cara para honrar pelo menos um orgulho corintiano: não ser derrotado pelo Palmeiras e, sobretudo, não ser goleado e humilhado pelos pelos porcos verdes.
Mesmo com toda a desgraça criada por Alberto Dualibi e mesmo sabendo que tudo isso vai terminar em pizza lá no Tatuapé ou no Belenzinho, nos resta ainda a certeza de que, justamente nos piores momentos da nossa história, a Fiel possa desabafar na saída do Morumbi:
- Ô, meu: eu falei que a gente ia descontar tudo em cima do Parmeira? Os porco é que sempre pagam o pato!
E, como sempre, com a vitória do Corinthians, as mazelas permanecem sob o tapete.
Enquanto isso, a torcida, feliz, entoa o resto do hino:
- “Corinthians grande/Sempre altaneiro/És do Brasil o clube mais brasileiro!
Corintiano não tem jeito. Nasceu para sofrer. Quanto mais sofre, mais pega amor.
Parece praga. Praga de palmeirense.
Só pode ser. Só pode ser.

Corino Rodrigues de Alvarenga

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