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A crônica do Corino - Oráculo de Delfos

Corino Rodrigues Alvarenga - 02 de outubro de 2006 - 08:19

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Oráculo de Delfos

Há uns poucos dias tive o prazer de trocar correspondência como o nobre causídico e professor universitário de Cassilândia, o meu amigo Ivan Fernando Gonçalves Pinheiro. Eu digo “meu amigo” porque ele tem sido mais meu amigo do que eu dele.
Tenho sido um mau aluno e, portanto, um mau discípulo também. Aliás, nem sei se chego à condição de discípulo. Discípulo é força de expressão graças a uma indisfaçável e vil desfaçatez. Desfaçatez... esse tem sido um elixir que nunca tem faltado na minha prateleira.
O último bom livro que li jaz, amarelecido e empoeirado, no fundo de alguma gaveta. Acho que foi “O Príncipe”, de Maquiavel. Maquiavel, por sinal, que Deus o tenha queimando no fogo do inferno. E sob as bênçãos do Diabo! O que aprendi com esse cidadão florentino foi tornar-me ainda pior, bem mais canalha do que a cota que me foi permitida de início. Queime, Maquiavel! Queime, Maquiavel!
Confesso, de forma desavergonhada, que quando jovem ia lá para o consultório de Ivan – ele um fazedor de coisas jurídicas - e um fazedor mesmo e não somente um advogado profissional na acepção da palavra, porque o árduo fardo que carrega tem mais a ver com o Oráculo de Delfos, para onde os antigos iam se penitenciar diante de seus pecados e ignorâncias históricas, e ali, em seu consultório, muitos vão para lá se penitenciar ou pedir conselhos jurídicos, pessoais ou psíquicos, sem pagar os honorários devidos, e eu fui um desses engraçadinhos que iam lá apenas para aprender. Para aprender, não; para roubar as suas idéias ou beber um pouco das águas límpidas da sabedoria.
E agora, há poucos dias, eis que o mestre me desafiou a aconselhá-lo sobre um compêndio que está escrevendo sobre a Maçonaria. Eu, ousadamente, sugeri-lhe: “Bode não fala”.
Cometi um equívoco ridículo. Ora, se ele está escrevendo o compêndio sobre a Maçonaria – e se o símbolo da Maçonaria é o bode, e, se está escrevendo, ele está, portanto, falando... então o nome está tecnicamente equivocado; o título só poderia ser outro.
Ele me aconselhou, antes, a procurar pelo Oráculo de Delfos.
Não o encontrei, estimado mestre. Fiz apenas uma rápida pesquisa. Rapidíssima, reforço. Burro não lê. Burro faz pesquisa. E is aí a minha, portanto, burra contribuição. A pesquisa diz o seguinte:

“Delfos é uma ilha grega.Sítio arqueológico e moderna cidade grega. Em épocas antigas era o local do oráculo de Delfos, dentro de um templo dedicado ao deus Apolo. Delfos era reverenciado por todo o mundo grego como o omphalos, o centro do universo. Delfos fica num planalto semicircular conhecido como Phaedriades, junto ao monte Parnaso, e sobranceiro ao vale de Pleistos. A sudoeste da ilha, distante 15 kM, há o porto de Kirrha, no golfo de Corinto. O nome Delfos tem origem em Delphinios, um epíteto para Apolo originado em sua ligação com golfinhos. De acordo com lenda, Apolo foi a Delfos com sacerdotes de Creta no dorso de golfinhos.Outra lenda sustenta que Apolo chegou a Delfos vindo do norte e parou em Tempe, uma cidade na Tessália para colher louro, planta sagrada para ele.Com base nesta lenda, os vencedores nos Jogos Píticos recebiam uma coroa de louro colhido em Tempe. Delfos era o local dos Jogos Píticos e de um famoso oráculo. Na juventude, Apolo matou a terrível serpente Píton, que viveu em Delfos perto da Fonte Castalian, de acordo com alguns porque Píton tinha tentado violar Leto quando se encontrava grávida de Apolo e Ártemis. Esta era a fonte que emitia os vapores que permitiam ao oráculo de Delfos fazer as suas profecias.Apolo matou Píton, mas teve que ser punido por isso, dado que Píton era filho de Gaia. O altar dedicado a Apolo provavelmente foi dedicado originalmente a Gaia e depois a Posseidon.O oráculo nesse tempo predizia o futuro baseado na água ondulante e no sussuro das folhas das árvores. O primeiro oráculo de Delfos era conhecido geralmente como Sibila, embora seu nome fosse Herophile.”

Mas, estimado Ivan Fernando, voltando ao título do teu compêndio sobre a Maçonaria, ei-lo:
“Um Bode Que Fala”.
Paupérrimo, não? E você, estimado mestre, queria o quê?
E o pior: no caso, o bode seria, digamos... você. Péssimo, terrível!
Desta vez – assim como das outras também – não deu. Penitencio-me, estimado e supremo-chefe da inteligência. E da paciência.
Quanto ao título do meu livro, cheguei a um consenso depois de uma pesquisa qualitativa - (burro não faz consultas; faz pesquisas qualitativas e quantitativas ao estilo Duda Mendonça, para pôr a culpa depois nas estatísticas, entendeu?) - feita aqui em Jacobina: “Um Jegue Na Presidência”.
O mesmo Duda Mendonça já dizia que uma boa idéia não precisa de explicação. Ivan, por favor, dê-me sua singela e sincera opinião. Como não tive idéia melhor, estou aceitando os préstimos do amigo.
Quanto ao Oráculo de Delfos, esqueça, professor. Os meus parcos recursos culturais não me permitem chegar a tanto. Só posso chegar na base da pesquisa.
Se você achar o caminho do Oráculo de Delfos, faça o obséquio de enviar-me o mapa. Embora eu tenha ligeira impressão de que esse tal Oráculo de Delfos está mais perto de Cassilândia do que de Jacobina.
Por motivos elementares, estimado mestre.

Corino Rodrigues de Alvarenga
Contato com o colunista:
[email protected]

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