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A crônica do Corino - Dá para entender?

Corino Rodrigues de Alvarenga - 23 de fevereiro de 2007 - 07:15

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A Câmara dos Deputados escalou os membros das Comissões, que deveriam reunir o melhor do parlamento, afinal elas existem para conduzir, analisar e dar forma aos projetos de lei antes que eles cheguem ao plenário. Veja você que responsabilidade.
A escalação não poderia ter sido pior. Veja aí trecho de matéria publicada pela Folha de São Paulo. Depois eu volto.
“Deputados ligados ao mensalão e à máfia dos sanguessugas ganham vagas em grupos de trabalho
Uma das mais importantes da Casa, CCJ terá Maluf, João Paulo, Genoino e Mentor; acusado de violar sigilo, Palocci está em Finanças

SILVIO NAVARRO
LETÍCIA SANDER
Deputados acusados de envolvimento nos escândalos do mensalão e dos sanguessugas na legislatura passada foram nomeados ontem para atuarem como titulares das principais comissões da Câmara.
O caso mais emblemático é o da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), considerada a mais importante da Casa, por ter o poder de avalizar ou barrar projetos de lei antes de sua chegada ao plenário.
Neste ano, ganharam assento como titulares da comissão os petistas João Paulo Cunha (SP), José Mentor (SP) e José Genoino (SP), todos acusados de envolvimento com o mensalão. João Paulo e Mentor foram absolvidos pelo plenário. Genoino estava sem mandato na época das acusações.
\"Eles foram absolvidos pelo plenário e pela sociedade, o que é mais importante. Não posso considerar a existência de deputados de primeira e segunda categoria\", defendeu o líder do PT, Luiz Sérgio (RJ).
Outros parlamentares que enfrentaram denúncias de corrupção, entre eles o ex-prefeito Paulo Maluf (PP-SP), também integram a comissão. Em 2005, ele ficou 40 dias preso, acusado de intimidar uma testemunha. Maluf foi denunciado por crimes de corrupção. \"Ninguém em São Paulo tem mais autoridade moral para auditar ou melhorar leis. Tenho 40 anos de vida pública e nenhuma condenação penal\", afirmou Maluf.
A polêmica na CCJ começa pelo presidente da comissão. Leonardo Picciani (PMDB-RJ), 27, foi eleito sem unanimidade -houve oito votos nulos e dois brancos. Formado há poucos anos em direito e deputado federal em segundo mandato, ele foi criticado ontem nos bastidores por parlamentares de diferentes partidos.
Mas o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) foi um dos únicos a assumir publicamente a contrariedade à indicação: \"A questão [em relação a Picciani] não é etária. É ética\".
Filho do presidente da Assembléia do Rio, Jorge Picciani (PMDB), o novo presidente da CCJ é sócio de uma fazenda autuada pelo Ministério Público do Trabalho por trabalho escravo em 2003 -após acordo de R$ 250 mil, a ação foi extinta. A escolha de Picciani, que prometeu dar prioridade aos projetos da área de segurança pública, teve a indicação do governador do Rio, Sérgio Cabral.
\"A indicação foi política porque aqui é uma Casa política, mas baseada na minha atuação técnica como relator de projetos\", argumentou Picciani.
Picciani não é o único integrante da bancada fluminense do PMDB a gerar polêmica. Geraldo Pudim, ligado ao ex-governador Anthony Gartotinho e acusado de suposta compra de votos, também integrará a CCJ, que terá ainda ao menos cinco novatos como titulares.” Uma frase me chamou a atenção: \"Eles foram absolvidos pelo plenário e pela sociedade, o que é mais importante. Não posso considerar a existência de deputados de primeira e segunda categoria\", defendeu o líder do PT, Luiz Sérgio (RJ). E o pior é que Luiz Sérgio tem razão.
Não foi o povo quem elegeu tanta gente suspeita de envolvimento com os mais diferentes tipos e estilos de crimes? Infelizmente foi. Não é só o caso desses deputados federais. E o que dizer do senador Antônio Carlos Magalhães, o ACM da Bahia, que foi acusado de ter violado o painel eletrônico do Senado e que perdeu o mandato, agora o presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania? Há vários anos Pelé disse que o povo brasileiro não sabia votar e a Imprensa caiu de pau nele.
E agora eu pergunto: Pelé errou ao dizer isso? O povo brasileiro sabe votar? Esta é uma indagação que cada um de nós deve fazer? E você, amigo leitor, amiga leitora, o que tem a dizer?

Corino Rodrigues de Alvarenga
Contato com o colunista: [email protected]

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