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A crônica do Corino: Cartões corporativos

Corino Rodrigues de Alvarenga - 08 de fevereiro de 2008 - 08:15

Os cartões corporativos dos amigos de Lula foram utilizados – pelos amigos de Lula, é claro – em gastos que chegaram a R$ 75,6 milhões somente no ano passado.
Eu gostei dessa idéia do cartão corporativo, bem bolada pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e levada à frente pelo nosso querido presidente Lula.
A propósito, já entrei em contato com Brasília para solicitar o meu cartão corporativo. Sou filho de Deus. Mereço entrar nessa festinha. Por sinal uma festinha muito legal.
Deve ser ótimo ir a uma loja, supermercado ou hotel cinco estrelas, apresentar o cartão corporativo e sair com as sacolas cheias e com o corpo bem relaxado. E bem alimentado, claro.
Vou até lançar uma campanha pelas ruas e praças do País:
- O povo com cartão corporativo jamais será vencido! Nem o estorno será exigido!
Viva o socialismo de Lula! Temperamento petista é fogo...
Aliás, o cartão corporativo deveria beneficiar também todos os assalariados e aposentados desta Nação varonil. R$ 380 por mês? Nunca mais. Cartão corporativo sem limite.
Seria a única oportunidade para o sofrido povo brasileiro sentir o gostinho do bem-bom.
O Perivaldo da oficina iria levar a noiva Solineide, uma mulata de grande porte, ao shopping center.
- Ô, benhê, deixa tudo por minha conta. Pode gastar à vontade. Vai entrando, catando tudo e deixa a conta comigo.
- Está doido, homem de Deus? O seu salário não dá para esses desatinos, não.
- Não dava. Hoje dá. O patrão conseguiu um cartão corporativo para mim. Está aqui na carteira.
- Cartão corporativo? Que bicho é esse?
- É daquele mesmo da ministra, que garante gastança sem controle. E olha: hoje tô a fim de fazer a jiripoca chiar.
- Posso comprar o quê?
- Ora, ora, tudo que encontrar pela frente! De máquina de lavar a Ferrari. De sorvete a caviar. De travesseiros a TV plasma. É sem limite, mulher. É sem limite.
- E isso vai dar certo?
- Ora, se dá certo para o time de Lula, não dará para nóis, amorzinho?
- Se você está dizendo...
E lá foi o casal rumo ao shopping.
Um caminhão foi utilizado para carregar a “pequena” compra.
Quer saber de uma? Vamos pôr um interregno nessa viagem toda? Perivaldo e Solineide jamais poderiam portar um cartão corporativo desses.
Primeiro porque Perivaldo é um pobre mecânico brasileiro; e Solineide, uma humilde empregada doméstica. Brasileira também, claro.
Para ter direito ao cartão corporativo, é preciso ter um currículo, eu diria... acima de qualquer suspeita.
O casal teria que ter os dotes morais e éticos da então ministra Matilde Ribeiro, da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial, que se mostrou uma gastadeira compulsiva. Quem poderia esperar isso da distinta ministra da Secretaria de Promoção de Igualdade Racial? Ou seria da Igualdade Financeira? Ou da Igualdade Desigual?
Ela sempre esteve acima de qualquer suspeita. Só tem direito ao cartão corporativo aquele que se enquadra nesse item.
Eu, pelo jeito, ainda não me enquadrei. O meu cartão corporativo, pelo menos até o momento, ainda não chegou aqui em casa. Deve ser falha do Correio. Ou do carteiro, sei lá.
Já enviei um e-mail para o camarada Lula. Quero o meu cartão corporativo já! E não precisa ser ilimitado. Dando para garantir o dinheiro da feira toda semana já me darei por satisfeito.
Não sou ministro nem motorista da filha do presidente. Mas sou filho de Deus.

Matéria de responsabilidade de Corino Rodrigues de Alvarenga
Contato com o colunista:
[email protected]

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