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A crônica do Corino - A Galinha dos Gatos de Ouro

Corino Rodrigues de Alvarenga - 26 de novembro de 2006 - 06:38

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A Galinha dos Gatos de Ouro

Notícia publicada pelo Jornal Revisão e confirmada pelo site www.cassilandia.com.br dá conta de um fato dos mais inusitados e - por que não? - difícil de acreditar. Eu não sei se até hoje acreditei ou não na história. Ou seria estória?
Aconteceu ou teria acontecido lá em Osório, no Rio Grande do Sul. Não foi, portanto, em Itu, em São Paulo, onde mentira e verdade é praticamente a mesma coisa, não é verdade? Leia a matéria e depois eu prometo enfiar a minha colher de pau no meio da prosa.

“Galinha ‘choca’ filhotes de gato em fazenda do RS
Sábado, 25 de Novembro de 2006 07:24
24horasnews


Uma galinha ajuda a cuidar de quatro filhotes de gato em uma fazenda na cidade de Osório, no litoral do Rio Grande do Sul. A gata mãe dos filhotes vai ao chocador apenas para alimentá-los, enquanto que, no resto do tempo, a galinha se responsabiliza por ‘chocá-los’.
Os filhotes de dois meses foram levados pela própria gata até o ninho da galinha, que nunca teve pintinhos. O instinto maternal fez com que a ave passasse cuidar dos gatos, acomodando-os debaixo das suas asas, assim como faria com seus filhotes.
Segundo reportagem do Jornal Revisão, o caseiro da fazenda evita contar o fato porque ninguém acredita nele. ‘As pessoas ficam dizendo que sou mentiroso’, declara.”

Chamou-me atenção até o nome do jornal: Revisão. Não se sabe se a notícia foi publicada antes ou depois da revisão. Ou se foi devidamente revisada, tamanho o inusitado de seu roteiro, no mínimo, inspirado, detalhista.
Outro fato: não se “choca” gatos. Até porque gato não nasce do ovo e sim do ventre da mãe, no caso, a gata.
Agora o que me intrigou foi o seguinte: se o caseiro disse que evita contar a história – ou seria estória? – porque ninguém acredita nele, como é que, então, o jornalista tomou conhecimento do fato?
Eu não sei, não... mas, lá no fundo, acho que esse caseiro quis roubar os quinze minutos de fama daquele caseiro de Brasília, o Francenildo, por sinal, muy amigo de Palocci.
Pelo jeito os caseiros estão tomando o lugar dos mordomos nesse tipo de histórias estranhas que dão ótimos temas para os romances e para o cinema.
A dúvida é que faz dessa, uma história aparentemente comum, fascinante. Grandes clássicos da Literatura vivem ou viveram da dúvida, da desconfiança, dos desencontros, de poções do exagero, do veneno, da verdade inacreditável e, em extensão, da mentira menor e da mentira cabeluda. Basta lembrar romances como Dom Quixote de La Mancha, Romeu e Julieta, A Odisséia e por aí vai.
Eu defendo firmemente a idéia de que esse fato tem que entrar para o Guinness World Records – senão o fato em si, ao menos a mentira.
Mas como este é o País do trocadilho – e também do trocadalho do carilho! -, não estaríamos aí revivendo o conto A Galinha dos Gatos de Ouro?

Corino Rodrigues de Alvarenga
Contato com o colunista:
[email protected]

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