A cotação do dólar encerrou estável nesta quarta-feira (30 de janeiro), com a divisa norte-americana sendo negociada a R$ 1,781. Segundo a agência Reuters, os investidores mantiveram-se contidos durante o pregão, à espera da reunião do Federal Reserve dos Estados Unidos, que poderá determinar mudanças na taxa de juro daquele país.

A iminência de uma grave recessão na economia norte-americana tem determinado o ritmo dos negócios desde o início do mês, causado flutuações nas bolsas e gerando temores sobre perdas. A expectativa é de que, para manter os níveis de crédito e investimento, o FED corte em 0,5% a taxa de juro, hoje em 3,5% após a reunião emergencial na última semana (na qual foi feito um corte de 0,75%).

Ao mesmo tempo em que permitem a recuperação econômica a partir do crédito, juros mais baixos costumam levar o capital especulativo para ativos de risco, que permitem maior rentabilidade. Nesse grupo estão países com altas taxas de juro ou onde os investimentos são considerados mais perigosos – sendo este perfil do mercado brasileiro. Desta forma, o corte dos juros nos EUA pode resultar em novas entradas de recursos no Brasil, desvalorizando o dólar perante o real.

Essas mudanças podem não ocorrer em curto prazo. No pregão desta quinta-feira (31), por exemplo, será formada a Ptax (taxa média do dólar) de janeiro no Brasil, a ser usada na liquidação de contratos em dólar no mês de fevereiro. Uma valorização da moeda seria esperada como uma “jogada coordenada” de investidores em busca de maior rentabilidade nos negócios em dólares.

Nesta quarta-feira, o Banco Central do Brasil rolou um lote de contratos de swap reverso (equivalente a compras futuras de dólares), com preço fixado em 95% do valor de oferta, totalizando US$ 1,9 bilhão na operação. Também foi feito leilão de compra no mercado à vista, com corte a R$ 1,778, no qual foi aceito ao menos uma proposta.