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Mundo Fitness: 5 dicas para treinos inteligentes

Mundo Fitness

Preparação Física XXI - 27 de fevereiro de 2022 - 11:00

Mundo Fitness: 5 dicas para treinos inteligentes

De uma forma simples, queremos desta vez deixar aqui para os nossos colegas treinadores, 5 dicas gerais para desenharem treinos mais coerentes e eficazes do ponto de vista da carga fisiológica, independentemente se for um treino de cariz mais técnico e táctico ou físico.

Lembrem-se sempre, queremos qualidade, não quantidade. Queremos atletas/equipas cada vez mais rápidos, mais fortes, mais explosivos e capazes de o fazer vezes sem conta.

#1 – o aquecimento é fundamental para um treino eficaz

Todos os dias, por Portugal inteiro, os treinos começam com a corridinha à volta do campo ou então, nos casos em que se aplica, um exercício repetitivo com bola – um circuito de passes por exemplo, ou de condução de bola. Temos de deixar de fazer isto de uma vez por todas. Este tipo de exercícios só beneficia o tipo de fibras musculares que queremos “evitar” a todo o custo, o que implica por outro lado não estimular/aquecer as fibras que irão permitir ao atleta ser mais rápido/mais forte. Outra coisa, não promovem o aumento de temperatura que se pretende ao nível intramuscular, apenas do ponto de vista central – (eu posso até estar a suar mas isso não implica que o músculo esteja quente, são coisas diferentes).

Somos defensores do aquecimento sem bola, mais físico, para estimular as fibras certas, aquecer o músculo e assim evitar de forma eficaz possíveis lesões, e preparar o atleta para que, logo desde o início do treino, ele esteja apto para treinar em intensidade máxima. Já em artigos anteriores deixamos aqui alguns exemplos de aquecimento para o Basquetebol e para o Ténis. Esperamos conseguir mostrar outras opções para outras modalidades diferentes.

#2 – os exercícios novos, ou mais complexos são realizados no inicio

Uma das variáveis responsáveis por grandes intensidades de treino, é a complexidade. Como tal, ela deve ser tratada no inicio do treino. Exercícios com grande componente táctica, de leitura, devem ser realizados no início enquanto o organismo não está cansado.

No inicio do treino, estamos fisiológicamente mais aptos para receber estímulos mais intensos e complexos. A dificuldade dos exercícios deve por isso ir diminuindo ao longo do treino. E, como abordamos no último post isto é verdade para treinos mais físicos como para treinos mais tácticos.

#3 – os exercícios físicos não são feitos no final

Da mesma forma que vemos a corridinha, ou exercícios similares com bola, por Portugal inteiro, também vemos os abdominais, as flexões e os saltos a acontecerem no final do treino. Não devem existir muitas coisas piores para o organismo do atleta do que isto. Parem de imediato!

Os “exercícios físicos” devem ser feitos antes do treino “com bola” ou antes do treino técnico. Existem excepções, falaremos disso noutro artigo.

Um dos problemas que temos a nível nacional é a falta de conhecimento que existe na área da preparação física dos atletas (uma das razões pelas quais nasceu este blog). Mas, enquanto que o meu conhecimento dos aspetos técnico e tácticos do treino e da modalidade em si, não for muito grande a pior coisa que pode acontecer ao meu atleta/equipa é passar ao lado de uma carreira desportiva (o que, naturalmente, as probabilidades são elevadas para que isso aconteça). Por outro lado se eu cometer um erro do ponto de vista físico, posso estar a limitar/condicionar a vida de um atleta, para o resto da sua vida. A componente de treino físico é séria. Se não soubermos explorá-la de forma correta, então mais vale não fazermos nada a esse nível.

#4 – o repouso faz parte do treino e é parte fundamental para uma performance de excelência

Muitas vezes, com a ânsia de fazermos treinos intensos, e porque achamos que, se o atleta não está visivelmente cansado, a suar, então não está a treinar de forma intensa e por isso “carregamos” um pouco mais, esquecemos de uma componente fundamental da performance desportiva, o repouso. Não é possível mantermos níveis de intensidade elevadas por longos períodos de tempo e ininterruptamente. Para mantermos a qualidade do trabalho, e das experiências de aprendizagem dos nossos atletas, os momentos de repouso devem ganhar o seu espaço no nosso treino.

Atenção, muitas vezes achamos que na transição entre exercícios e enquanto estamos a explicar o novo exercício, esse momento já serve de repouso – está errado! Nesse momento, nós queremos que os nossos atletas estejam com o máximo de atenção ao que estamos a dizer, isso é intensidade – nós queremos concentração máxima no que estamos a dizer. Eles não vão conseguir fazer isso se ainda estiverem “acelerados” do exercício anterior.

#5 – promovam exercícios de retorno à calma no final do treino

O treino de hoje está ligado com o treino de amanhã. A performance do treino de amanhã depende da forma como preparamos a recuperação do nosso atleta/equipa da performance de hoje. É importante deixarmos o organismo do nosso atleta num estado que promova a sua recuperação eficaz. Num futuro post abordaremos alguns exemplos para recuperação, mas não fazia sentido fazer este artigo sem fazer referência a este tema.

EXTRA

Começamos este artigo a dizer que iríamos partilhar 5 dicas para tornar os nossos treinos fisiologicamente mais inteligentes. Deixamos aqui um bónus:)

#6 – eliminem os castigos físicos

Uma das componentes da Performance Desportiva é a componente física. Reparem, não é uma componente acessória, é uma componente ao mesmo nível que outras, tão fundamental para a performance desportiva como saber lançar ao cesto, ou saber passar uma barreira tecnicamente na perfeição. Fará então sentido tratar uma componente da performance desportiva como um castigo? Que tipo de mensagem passa aos atletas? “Se fizerem mal este exercício são 10 flexões!!!???!!!”

É nossa convicção que o factor onde estamos cada vez mais longe de outros países é precisamente nesta componente da performance desportiva. É imperativo que os nossos atletas, comecem a olhar para o treino físico como parte integrante das suas carreiras desportivas e veículo fundamental para aspirar a performances desportivas de excelência. Para isso nós, treinadores, temos de tratar esta componente do treino como as outras e deixar de a tratar como castigo.

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